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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Com Mario Benedetti
















Mario Benedetti nasce em Paso de los Toros, Uruguai, em 1920.
Entre 1938 e 1945 residiu quase permanentemente em Buenos Aires. De 1945 a 1975 foi jornalista do semanário Marcha, encerrado nessa data por censura da ditadura. Após o golpe militar de 1973, Benedetti teve de abandonar o Uruguai e partir para o exílio, primeiro para a Argentina, depois Perú, Cuba e Espanha.
Em 1949 publica "Esta mañana", o seu primeiro livro de contos e em 1953 o seu primeiro romance "Quién de nosostros", mas foi com o volume de contos "Montevidiano", em 1959, que a sua obra narrativa assume uma concepção urbana. Em 1960, com «A trégua» Benedetti alcançou uma projecção internacional. O romance teve mais de uma centena de edições, foi traduzido em dezanove línguas e levado ao cinema, televisão, teatro e rádio. A adaptação ao cinema foi nomeada para melhor filme estrangeiro na 47.ª edição dos Óscares, mas perdeu a favor de "Amarcord", de Fellini.

Mario Benedetti está a viver horas más. Pensámos na Fundação que podíamos dar a ler os seus poemas por todo o mundo e, assim, ajudá-lo neste momento.
Um poema, se não tiverem nenhum à mão. E se o quiserem passar a outros amigos. Construamos um universo Benedetti para ele, que tantos momentos soube levantar em nós.
Obrigado Mario, pela tua sensibilidade derramada. Estamos a acompanhar-te em todo o mundo.

HASTA MAÑANA
Voy a cerrar los ojos en voz baja
voy a meterme a tientas en el sueño.
En este instante el odio no trabaja
para la muerte, que es su pobre dueño
la voluntad suspende su latido
y yo me siento lejos, tan pequeño
que a Dios invoco, pero no le pido
nada, con tal de compartir apenas
este universo que hemos conseguido
por las malas y a veces por las buenas.
¿Por qué el mundo soñado no es el mismo
que este mundo de muerte a manos llenas?
Mi pesadilla es siempre el optimismo:
me duermo débil, sueño que soy fuerte,
pero el futuro aguarda. Es un abismo.
No me lo digan cuando me despierte

terça-feira, 28 de abril de 2009

Recordações






















Após ter lido a coluna que o Diário de Noticias publica todos os dias “O Caderno de José Saramago”, por achar bastante pertinente a que hoje é publicada, e a nossa memoria necessitar cada vez mais de estar presente em nós, fui a http://caderno.josesaramago.org/ e transcrevo-a:

Abril 28, 2009 by José Saramago

Somos a memória que temos, sem memória não saberíamos quem somos. Esta frase, brotada da minha cabeça há muitos anos, no fervor de uma das múltiplas conferências e entrevistas a que o meu trabalho de escritor me obrigou, além de me parecer, imediatamente, uma verdade primeira, daquelas que não admitem discussão, reveste-se de um equilíbrio formal, de uma harmonia entre os seus elementos que, pensava eu, contribuiria em muito para uma fácil memorização por parte de ouvintes e leitores. Até onde o meu orgulho vai, e apraz-me declarar que não chega muito longe, envaidecia-me ser o autor da frase, embora, por outro lado, a modéstia, que também não me falta de todo, me sussurrasse de vez em quando ao ouvido que tão certa era ela como afirmar com toda a seriedade que o sol nasce a oriente. Isto é, uma obviedade.
Ora, até as coisas aparentemente mais óbvias, como parecia ser esta, podem ser questionadas em qualquer momento. É esse o caso da nossa memória, que, a julgar por informações recentíssimas, está pura e simplesmente em risco de desaparecer, integrando-se, por assim dizer, no grupo das espécies em vias de extinção. Segundo essas informações, publicadas em revistas científicas tão respeitáveis como a Nature e a Learn Mem, foi descoberta uma molécula, denominada ZIP (pelo nome não perca), capaz de apagar todas as memórias, boas ou más, felizes ou nefastas, deixando o cérebro livre da carga recordatória que vai acumulando ao longo da vida. A criança que acaba de nascer não tem memória e assim iríamos ficar nós também. Como dizia o outro, a ciência avança que é uma barbaridade, mas eu, a esta ciência não a quero. Habituei-me a ser o que a memória fez de mim e não estou de todo descontente com o resultado, ainda que os meus actos nem sempre tenham sido os mais merecedores. Sou um bicho da terra como qualquer ser humano, com qualidades e defeitos, com erros e acertos, deixem-me ficar assim. Com a minha memória, essa que eu sou. Não quero esquecer nada.
Publicado em O Caderno de Saramago, http://caderno.josesaramago.org/

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Himno a la Alegría



domingo, 26 de abril de 2009

O Orgulho de Ser Português























……Eis que, já não sei quando, oiço pela rádio, em sessão de esclarecimento ou dinamização do M. F. A., transfigurada em mote de incitamento convicto, a frase - chave: “o orgulho de ser português”. E com crescente insistência a sinto compartilhada, em muito largas e jovens camadas repetida e expressa consciência afervorada. Do 25 de Abril de 74, logo no 1º de Maio também de 74, dia inesquecível, um povo foi ganhando força e clarividência, a qual somente na luta se adquire.
- Nem se confunda tal orgulho com patrioteirismos à Pinheiro Chagas, com xenofobias de mística nacionalista (longe vá o agouro - …que já experimentámos no nosso século mitos e raças superiores e não esquecemos ao que levaram) ou com reminiscências daquela balela tragicómica de evangelizadores de povos pagãos, sabendo usar melhor o chicote e os pelourinhos que o crucifixo. Antes, bem pelo contrário, uma tradição portuguesa de universalidade, de convivência, de ávido conhecimento e abertura ao mundo.

- Deixámos, sim, de estar “orgulhosamente sós”, como apregoava o encaixotado fanático tacanho de Santa Comba Dão; estamos, sim, “orgulhosamente nós”. E a demonstrar que se não trata de uma paranóia colectiva que se apoderou, de repente, dos Portugueses, é ver as atenções (e preocupações) da estranja, muito embora as suas intenções (e preocupações…) para connosco divirjam, o que também sabemos. Deixámos de ser “os cafres da Europa” – e para os mais novos recordarei que por desenterrar, lastimando-o e repelindo-o, esse antigo ignominioso apodo, uma campanha pseudo – eleitoral dos tempos do fascismo, quando era consentido um escasso mês para se publicarem algumas (poucas e vigiadas) verdades, Adolfo Casais Monteiro foi preso pela PIDE; e Armindo Rodrigues, por se espantar, indignado e protestando contra, e tê-lo escrito e publicado, sofreu igual vexame. ….
Texto retirado de: Textos de Guerrilha – Luiz Pacheco - O Orgulho de Ser Português pág. 15 e 16

sábado, 25 de abril de 2009

A corrida aos Jornais foi enorme…

A Censura tinha caído

sexta-feira, 24 de abril de 2009

25 de Abril de 1974












Salgueiro da Maia intima à rendição do Quartel do Carmo

















Largo do Carmo













Rendição da PIDE

Madrugada do dia 25 de Abril de 1974, por volta das 4 horas, o telefone toca, alguém me informa que a Revolução estava em marcha, apenas vos digo que esse alguém é um ex-aluno do ERO e que tinha estado preso em Caxias, quando da Greve de Fome dos Estudantes na cantina da Universidade de Lisboa.
Dá-me a conhecer que o Capitão Salgueiro da Maia, comandava as forças saídas de Santarém, com o conhecimento do Coronel Almeida Bruno e que acção era apoiada por outros oficiais superiores de outras Unidades Militares de todo do País, e para eu estar descansado que quase com certeza tudo iria decorrer bem.
Deveriam ser oito da manhã quando o Luiz Pacheco chegou a minha casa e me pôs ao corrente do que se passava nas ruas da baixa, eu contei-lhe o que sabia e arrancámos os dois para o centro da revolução que já se situava entre, a Rua António Maria Cardoso (PIDE) e quartel do Carmo.
Os tiros da PIDE sobre o povo ainda me soam nos ouvidos…
João Ramos Franco

1974 - Paulo de Carvalho - E Depois Do Adeus.mp4



25 de Abril 1974 - Revolução dos Cravos

terça-feira, 21 de abril de 2009

«Trova do Vento que Passa»













«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.
Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.
Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.
Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.
Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.
Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.
E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.
Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.
E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.
Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.
Manuel Alegre

sexta-feira, 17 de abril de 2009

João Serra - ofereci-me para fazer um pequeno comentário...














O que vos dou dar a conhecer é o texto integral de uma troca de correspondência (email) com o João Serra. Sem qualquer comentário meu, tem apenas uma razão de o editar, O princípio da revolta (J B Serra) no Blogue do ERO e o modo como ele tratou comigo quando ia escrever o comentário sobre o Almanaque Caldense.

Caro João,
O Jales disse-me que tem previsto para finais deste mês a republicação do teu texto do Almanaque. Como me ofereci para fazer um pequeno comentário que acompanhe a publicação, queria pedir-te alguns esclarecimentos:
- como surgiu a ideia de publicar um almanaque em 1963?
- que objectivos tinham?
- quem subsidiou a edição?
- quantos exemplares foram editados?
- como era vendido?
- perderam dinheiro? Ganharam?
- houve reacções? Lembras-te de alguma em particular?
- quem era o Fernando Alberto Amaral. Que idade tinha? Qual a sua ocupação?
- quem era o Fernando Alberto Pimentel? Que idade tinha? Qual a sua ocupação?
- quem era, nessa altura, o João Ramos Franco? Que idade tinha? Qual a sua ocupação?
- tiveram a intenção de fazer novas edições nos anos seguintes? Porque não? Ou porque não concretizaram?

Responde ao que puderes. E se te lembrares de outras questões, responde também.

Obrigado pelas tuas palavras de estímulo.
Contei-te que há tempos encontrei na net à venda um livrito intitulado "As aventura do João Traga - Balas"?. Achei muita graça. Não conhecia a designação.

Vais de férias?
A partir de Setembro tenciono já ter um novo escritório em Lisboa. Gostaria que me acompanhasses um dia num almoço.
Abraço amigo
João Serra


JBS - Como surgiu a ideia de publicar um almanaque em 1963?

R - Em 1959/60 , devido ao atraso do 5º ano de Ciências, passava parte das tardes a ler, desenhar, escrever e ás vezes a estudar, sentado no café Central. É aí que conheço o Fernando Alberto Pimentel, neto do escritor Alberto Pimentel.
Talvez da minha vontade de mostrar que o fazia ali sentado, o que se passava na minha mente, unida à do Pimentel, que tinha escritos do avô sobre a cidade, e conhecimentos jornalísticos, juntando-se partiram para a ideia de publicar o almanaque.

JBS - Que objectivos tinham?

R -Dar a conhecer a cidade no seu todo, mas isto era um ideal difícil de concretizar.

JBS - Quem subsidiou a edição?

R -O Dr. Manuel Ramos Franco, meu pai, que depois ter sentido tanta inconstância da minha parte, ao mostrar-lhe o que já estava escrito do almanaque, me comprou uma máquina de escrever e foi fiador na tipografia do Rimaiorense. Esta parte tem dados pessoais que depois conversamos.

JBF - Quantos exemplares foram editados?

R -Não me recordo bem mas penso que foram 500 exemplares, devido ao numero de anunciantes.

JBS - Como era vendido?

R -Nas livraria Parnaso e Tália, que eram anunciantes.

JBS - Perderam dinheiro? Ganharam?

R -Recordo-me que deu para pagar ao meu pai e à tipografia se ganhamos foi pouco.

JBS - Houve reacções? Lembras-te de alguma em particular?

R -A reacção geral na cidade foi a de parabéns e bastante positiva, sobrou mais para mim porque era caldense.
A particular mais marcante é a reacção do comandante da Policia e representante da PIDE, que não gostou como no conto “A Praça” eu retratei a pobreza e o sofrimento do povo que naquela praça vendiam, a minha ida ao gabinete dele para corrigir o conto (o que me neguei a fazer) e os telefonemas para minha casa foram tantos que só terminei o assunto dizendo-lhe: O senhor não me volta a telefonar, se quiser falar comigo manda-me uma contra-fé ou prende-me.
Meu pai estava perto quando disse isto, vi-lhe um sorriso na face.

JBS -Quem era o Fernando Amaral. Que idade tinha? Qual a sua
ocupação?

R -Tinha talvez 20 anos. Conheci-o por me ter sido apresentado pelo Pimentel, que o conhecia de Lisboa dos meios jornalísticos e de angariador de publicidade.
Mas para nosso desgosto e único (meu e do Pimentel) o nome dele consta no Almanaque porque já estava na tipografia, ele começou a receber dinheiro dos anunciantes sem nosso conhecimento e antes da publicação sair o que era absolutamente contra o que nós tínhamos contratado. Como meio era pequeno disseram-me imediatamente o que se estava a passar. Quando fui procurá-lo ele tinha fugido para Lisboa. Nunca mais ouvi falar dele.

JBS - Quem era o Fernando Alberto Pimentel? Que idade tinha? Qual a sua ocupação?

R -O Pimentel, tinha 38 anos, casado. pessoa simples de bom trato, com uma cultura literária acima do normal e inteligente, mas bastante focada no seu avô o escritor Alberto Pimentel de quem muito falava. Vem para as Caldas como Guarda-livros na fabrica ROL e faz jornalismo para a Gazeta das Caldas. Segundo ele já trabalhara como jornalista antes, ele disse-me, mas já não me recordo em que jornais. Era doente, sofria de úlceras, que muitas vezes pelas dores, não o deixavam ir trabalhar. Estive com ele em 1967, quando vim do serviço militar, mas já não saía de casa, devido à doença e viria a falecer pouco tempo depois.

JBS - Quem era, nessa altura, o João Ramos Franco? Que idade tinha? Qual a sua ocupação?

R -O João era estudante, tinha17/18 anos, nesta altura frequentava algumas aulas do ERO como assistente, tinha como explicadores o capitão Dário e o Dr. Raimundo Neto, pensava em fazer o 5º ano de ciências e ao mesmo tempo algumas cadeiras do 7º ano e seguir para Direito. Fiz o 5º e 4 cadeiras do 7º ano, faltou-me o Latim e o Alemão para concluir o que tinha programado.
O Conto e o meu modo de pensar não teriam sentido se eu não andar para trás no tempo e não contar o meu contacto com a realidade rural do Concelho das Caldas. Meu pai era médico veterinário municipal, com ele acompanhei desde muito novo e aprendi a ver o mundo rural do nosso concelho, com pobres, remediados e ricos, que o compunham e sua vida.
O meu professor neste contacto com esta realidade social foi ele, com o seu carácter humano e o seu saber. (aliviei, devo muito do que sou e como sou a ele).
Desculpa esta fuga para o passado (que teria muito mais contar) mas sem ela eu sentia que o rapaz do ERO de quem falo não teria sentido.

Voltemos á época que tu me pedes para contar, na a minha evolução cultural e intelectual a principal influência è o meu explicador (para o 7º ano), o Dr. Raimundo Neto, homem de 60 anos, Licenciado Ciências Sociais numa Universidade da América do Norte e que tinha vivido em Cuba, em França (onde é Prof. na Sorbonne), Moscovo e Argélia,e onde (segundo ele) estudou e leccionou, é repatriado de França para Portugal e entregue à PIDE, que o coloca com residência fixa nas Caldas e com a proibição de leccionar oficialmente. As explicações eram à noite (devido à PIDE), os alunos eram eu, o meu irmão e o José Saudade e Silva, no tempo passado com ele não havia um tema aula pré-estabelecido, ele falava e o que necessitávamos de aprender aparecia nas suas palavras, nas questões que lhe colocámos, umas explicava outras recomendava-nos livros a ler e após leitura voltaríamos a conversar o assunto. (falo-te do Raimundo Neto deste modo, porque parece-me que me disseste que tinhas ouvido falar dele mas pouco sabias sobre ele, tenho mais para contar sobre ele, a sua ligação aos Freitas, e sua influência politica ou social na sociedade Caldense).
O meu tempo para alem do estudo era dividido entre os meus amigos, José Sales Henriques, José Saudade e Silva, Ferreira da Silva, o Barreto e Estefânia, a malta CCC, e a vida da Zaira, Casino, Hotel Lisbonense, etc…
Eu era essencialmente um rapaz ávido de cultura, que tentava tornar-se um intelectual e em tudo o que fazia estava essa procura.

JBS - Tiveram a intenção de fazer novas edições nos anos seguintes? Porque não? Ou porque não concretizaram?

R -Sim. Em 1962 o Almanaque está na Tipografia, em todo o trabalho de acompanhamento e revisão de provas eu tenho que me deslocar a Rio Maior e trazer para Caldas para o fazer em conjunto com o Fernando Pimentel que devido ao seu emprego e doença não podia, para o poder colocar cá fora em Dezembro. Em 1961 tinha-me visto livre do 5º ano de Ciências e feito as Cadeiras do 7º ano, 1962 a minha vida é como descrevo e em 1963 sou chamado para me apresentar em Agosto em Tavira, no Curso de Sargentos Milicianos, não tinham aceitado o meu pedido espera.
O Fernando Alberto Pimentel, devido aos problemas pessoais e à falta do meu apoio nas entrevistas, nos conhecimentos sociais e garantir a publicidade, disse-me que só, era-lhe impossível e que continuar a publicação com outra pessoa não queria.
O sim transformou-se em não e o Almanaque Caldense faleceu a prestar serviço militar.

Caro João Serra,
Penso que tenha respondido ás questões que me colocas, mas se em alguma delas quiseres saber mais, ou eu não tenha sido explícito, diz, porque farei o possível por te esclarecer.
João Ramos Franco


2ª Parte

Caro João,
Outras perguntas:
. não te ocorreu começar a escrever na Gazeta? Afinal, sentias interesse pela escrita, era amigo do José Saudade (filho do Director), companheiro do Fernando Pimentel que escrevia no jornal.
.que alínea do 7º ano é que tentaste fazer? Direito?
. o Raimundo Neto foi professor do Colégio?
. tinhas aulas com o capitão Dario durante a manhã, naquela casa que ele possuía na avenida da Estação?
. desses anos 61 e 62, quando descobrias uma certa vida intelectual nas Caldas, que pessoas animavam a cultura da cidade?
. havia professores no colégio que te marcaram positivamente? Gente interessada e interessante?
. depois de vires da tropa (quando?) ainda regressaste às Caldas? Ou ficaste logo em Lisboa? E nunca mais te interessaste pela vida intelectual caldense?

Responde só se tiveres paciência. A minha curiosidade por esses tempos é insaciável.
Um abraço,
João Serra

Caro João,

Seguem as respostas:

JBS - Não te ocorreu começar a escrever na Gazeta? Afinal, sentias interesse pela escrita, era amigo do José Saudade (filho do Director), companheiro do Fernando Pimentel que escrevia no jornal.

R -Na realidade escrevi umas coisas para a Gazeta, que foram publicadas e outras divido ao estilo que tu vês no conto “A Praça” nunca editadas, devido à censura ou ao medo dela.
Perdi originais, à frente explico.

JBS - Que alínea do 7º ano é que tentaste fazer? Direito?

R -Sim, era Direito. Passei o 5º ano de Ciências com deficiência a Matemática. Mas o engraçado disto é que depois do 25 de Abril dão-me equivalência ao 11º ano e eu venho a fazer o Bacharelato em Informática, Não sei como, mas já me entendi com a álgebra.

JBS - O Raimundo Neto foi professor do Colégio?

R -Não. Quando foi repatriado ainda abriu um Colégio no Bombarral, mas foi encerrado imediatamente pela Pide. Como era natural do Chão da Parada, foi colocado com residência fixa nas Caldas e proibido de leccionar oficialmente.

JBS - Tinhas aulas com o capitão Dario durante a manhã, naquela casa que ele possuía na avenida da Estação?

R -È verdade. Essas aulas eram dadas numa mesa comprida, com rapazes e raparigas sentados à volta. Eu estava entalado entre duas raparigas, não queiras saber o trabalho que o Capitão Dário (Bom homem e Bom Professor) tinha para me ensinar, de vez em quando via as miúdas de face muito vermelha e então chamava-me ao patamar da escada e dizia-me: João guarda estas brincadeiras para outro sítio.

JBS - Desses anos 61 e 62, quando descobrias uma certa vida intelectual nas Caldas, que pessoas animavam a cultura da cidade?

R -A vida intelectual da cidade, nesses anos girava muito à volta do CCC e de pessoas ligadas a ele, tal como Dr. Correia Rosa, do qual está uma entrevista no Almanaque. Claro que não posso omitir o Arqt. Paulino Montez, com o seu museu, a conservadora do museu Malhoa, ( Dra. ? Coimbra, o Ferreira da Silva e o José Maria Sales Henriques (pintor, que em 61 já tinha estado em Paris com uma Bolsa da Gulbenkian. Alguns mais haviam, mas o medo da repressão era tal que não se manifestavam e preferiam passar despercebidos.

JBS - Havia professores no colégio que te marcaram positivamente? Gente interessada e interessante?

R -O lugar principal é para a Dra. Irene Torninger de Albuquerque (no 1º ano chamava-me (mon petit chou-fleur), acompanhou todo o meu percurso no ERO, no 6º e 7º em alemão, conhecendo-me bem e sendo uma pessoa de enorme cultura, tentava vir ao meu encontro para me ensinar. Em 1967 ela, os filhos, os amigos do ERO e não só, organizaram um almoço na Feira Popular do regresso do ex-combatente.
É difícil, os professores cingiam-se muito à matéria dos livros aprovados pelo regime vigente e eu era avesso a isso. Um pequeno exemplo: nesta época eu já tinha lido Pode-se Modificar o Homem? “de Jean Rostand”.
Como pessoas era amigo de todos eles e havia casos como o Dr. André e a Dra. Maria do Rosário Leal que conhecia de ainda serem estudantes
Aparece no colégio (mais ou menos neste tempo) como Prof. o Luís Moita (que tinha saído seminário) e é com ele que converso, quando descíamos para a Cidade, sobre o existencialismo de Gabriel Marcel e o de Jean Paul Sartre.
O Padre António Emílio era conselheiro, um irmão mais velho.
Gente interessada e interessante, no meu tempo penso que todos o são, mas ali no ambiente das Caldas era difícil ir para lá do interessante, só mais tarde fora das peias que a cidade lhes impõe, e já na Universidade, vinham a mostrar ser gente interessada.

JBS - Depois de vires da tropa (quando?) ainda regressaste às Caldas? Ou ficaste logo em Lisboa? E nunca mais te interessaste pela vida intelectual caldense?

R -Uma parte que dói da minha vida. Meu pai faleceu a 12 de Março de 1967 e eu regresso do ultramar a 7 de Maio do mesmo ano.
Meu irmão, já a trabalhar na TAP, aluga uma moradia na Encarnação (Lisboa) e traz a minha mãe com ele. Entrega a casa das Caldas, era o 1º andar do prédio onde viviam os pais do João Jales.
Ninguém sabia da data minha de chegada, só quando o Vera Cruz encostou é que telefonei à minha tia Sílvia (irmã de minha mãe) que vivia em Lisboa, disse que estava cá e pedi para me irem buscar ao Cais da Rocha do Conde Óbidos.
Foi nessa altura que sob que a minha morada tinha passado para Lisboa, o meu irmão foi me buscar e fiquei residir com ele e com a minha mãe.
A guerra é uma madrasta má, no momento eu estava sob o efeito dela e da falta do meu Pai, tudo junto agravava mais a confusão que se passava no Cérbero. Precisava de parar o pensamento e sentir debaixo dos meus pés a realidade da minha vida.
Em finais de Junho desse ano vou ás Caldas visitar a malta e José Maria Sales Henrique convida-me para ficar em Tornada e descansar em casa dele. É nesta altura que se passou aquela cena do Ferreira da Silva me chamar assassino e o Luiz Pacheco mercenário, estávamos todos já bem bebidos no Ferro Velho.
Voltemos à tua pergunta. O meu espólio de livros, fotografias, escritos e desenhos tinha o deixado no escritório e biblioteca do meu pai, ora esta mobília não cabia na moradia da Encarnação e tinha ficado guardada nas Caldas numas casas do quintal do meu tio Asdrúbal Calisto, quando tentei mexer nas minhas coisas era impossível, porque só tirando a mobília se tinha acesso ao resto.
Passa-se um ano, talvez, o meu irmão resolve casar e nessa casa já havia espaço para dita mobília, lá vou procurar as minhas coisas mas só encontrei os livros, o resto ter-se-ia extraviado
na mudança segundo o meu irmão. Que podia Fazer?
Entretanto, também me caso, divorcio e caso, minha mãe diz quer ir para Rio Maior para sua casa, (Ramos Franco e Calisto são naturais de lá) eu tenho o apartamento da rua Viriato onde aparece o Luiz Pacheco e os companheiros escritores e intelectuais, recomeço a escrever e algumas coisas são publicadas no diário Popular.
A vida de escritor não era para mim um modo de subsistência, o apartamento não podia continuar, eu tinha que ir trabalhar.
O interesse pela vida intelectual Caldense nunca morreu em mim e eu sinto que me devia interessar mais quando leio a tua página na internet, penso que se tivesse uma muleta que me ajudasse enfrentar essa caminhada, talvez agora partisse para ela.
Sinto que tenho uma memória razoável, que quanto mais escrevo mais ela se aviva.

Um abraço
João Ramos Franco

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Max Linder























Max Linder, (Saint-Loubes, Gironde, 16 de dezembro de 1883 - Paris, 31 de Outubro de 1925), comediante francês do filme mudo.

Seu verdadeiro nome era Gabriel Leuvielle Maximilien e fez sua primeira aparição no cinema em 1905. Foi o maior sucesso comediante do seu país e na Europa no período anterior à Primeira Guerra Mundial e da Aparecimento de Charles Chaplin, que mais tarde reconheceu como um discípulo.

Encarna um ilustre personagem de aparência, elegante no vestir (que ele fez muito bem apreciado pelo público feminino da época, foi protagonista de algum tumulto durante suas aparições em publico), que se via atrapalhado com os mais insólitos enredos amorosos. O seu sucesso levou-o logo em 1912 a ser o actor mais bem pago em França. Já por nesta altura ensaiou a direcção de alguns filmes, actividade em que ele se mostrou igualmente hábil.

Foi chamado ás fileiras do exército do seu país durante a I Guerra Mundial, e nela, como muitos milhares de soldados, foi vítima dos gases asfixiantes utilizados durante a guerra. A sua participação no conflito deixou-lhe feridas físicas e emocionais que alteraram a sua saúde e prejudicaram a sua carreira cinematográfica. O boato da sua morte nas trincheiras tinha provocado no seu publico, entretanto, uma verdadeira histeria.

Em 1916, mudou-se para os Estados Unidos contratado pela Essanay Studios, que também contava entre os seus actores com Charles Chaplin, que já conhecia. Sem o sucesso que esperava, ele retornou à França em 1918.

Protagoniza três filmes num segundo retorno a Hollywood em 1919, incluindo "L'étroit mosquetaire" (conhecida nos Estados Unidos como os The Three Must -Get-Theres, ambos jogos de palavras com o título da obra de Alexandre Dumas (pai ), Os Três Mosqueteiros).

De regresso ao seu país, Max Linder foi conduzido entre outros por Abel Gance em 1924 num filme curioso, que combina comédia e horror: Au secours! (Help!), Onde podem apreciar-se os seus amplos dotes como actor.

Vítima frequente de depressão, que o levaram ao uso de drogas, fez um pacto suicida com sua esposa, a jovem Jean Peters, com quem tinha casado em 1923. Em 31 Outubro 1925 Max Linder cortou as veias da sua esposa, antes de fazê-lo a si.

Condenado por gerações posteriores a um quase total esquecimento, a apresentação em 1963, do filme Na Companhia Max Linder, reivindicando a sua obra a partir dos esforços de sua filha Maud Linder. O filme, narrado pelo famoso director francês René Clair, foi apenas o início de uma reavaliação do que fez Max Linder entre os grandes nomes do cinema mundial.



Max Linder - Vive la vie de Garçon



Max Linder - Combat de boxe



Max Linder - Le premier cigare d'un collégien



Um pouco de Max Linder

terça-feira, 14 de abril de 2009

el cambalache

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Groucho Marx – Irmãos Marx



















Groucho Marx (nascido em 2 de Outubro de 1890 -1977) foi um actor, comediante e escritor, mais conhecido por ser um dos membros da família Irmãos Marx, comédia.

Nascidos em Nova Iorque, os Irmãos Marx eram filhos de imigrantes judeus. A mãe, Minnie Schoenberg, da Alemanha, e o pai, Samuel "Frenchie" Marx (nascido Simon Marrix), vindo da Alsácia, região da França. Eles mostraram talento musical desde a infância. Harpo, especialmente, podia tocar vários instrumentos, inclusive a harpa, que ele tocou com frequência em filmes. Chico foi um excelente e histriónico pianista, e Groucho tocava o violão. Começaram no vaudeville, quando seu tio Al Shean já actuava, como parte da dupla Gallagher and Shean. A estréia de Groucho foi em 1905, como cantor. Em 1907 ele e Gummo cantavam juntos com Mabel O'Donnell no trio The Three Nightingales. No ano seguinte Harpo se tornou o quarto Nightingale (rouxinol em português). Em 1910 o grupo incluiu a mãe dos Marx e uma tia, Hannah, e mudou para The Six Mascots. Certa noite, em um teatro de Nacogdoches, Texas a apresentação foi interrompida pelos gritos vindos de fora por causa de uma mula descontrolada. A plateia correu para fora a fim de ver o que estava acontecendo e quando retornou, Groucho, enfurecido com a interrupção, disse que "Nacogdoches está cheia de baratas" e outras coisas. Em vez de se enfurecer, a plateia gargalhou e depois a família considerou a possibilidade de investir no potencial cómico da trupe. Progressivamente, as acções se desenvolveram do canto com comédia incidental ao sketch passado em uma sala de aula, com Groucho como professor e os outros como alunos. Gummo lutaria na Primeira Guerra Mundial ("Qualquer coisa é melhor que ser ator!") Zeppo o substituiria nos anos finais do vaudeville, até a Broadway e depois nos filmes na Paramount.
Nesta época, os irmãos, agora The Four Marx Brothers, começaram a desenvolver o seu peculiar tipo de comédia e a desenvolver os seus personagens. Groucho começou a usar seu bigode pintado; Harpo, a usar buzinas de bicicleta e nunca falar (Harpo não era mudo), Chico, a falar com um falso sotaque italiano, desenvolvido em campo com os desordeiros da vizinhança.
Nos anos 20 os Irmãos Marx tornaram-se um dos grupos teatrais favoritos nos Estados Unidos. Com seu aguçado e bizarro senso de humor, satirizaram instituições como a alta sociedade e a hipocrisia humana. Sob a gerência de Chico e a direcção criativa de Groucho, o vaudeville dos irmãos os tornou famosos na Broadway.
Os espetáculos dos Irmãos Marx tornaram-se populares quando Hollywood fez a mudança do cinema mudo para o cinema falado. Os irmãos fizeram um contrato com a Paramount e começaram uma nova fase em sua carreira: a dos filmes. Horse Feathers (1932), no qual satirizaram o sistema universitário americano, foi o filme mais popular até então e ganhou uma capa na revista Time.
O último filme na Paramount, Duck Soup (1933), dirigido por Leo McCarey, é considerado por muitos o melhor: é o único na lista do American Film Institute dos filmes do século. Na época o público não foi receptivo à sátira dos ditadores e das guerras. Depois desse filme, Zeppo declarou que não faria mais filmes.
Os três remanescentes se mudaram para a Metro Goldwyn Mayer (MGM), e, seguindo a sugestão do produtor Irving Thalberg, decidiram alterar a fórmula dos filmes subsequentes. No restante de seus filmes, a comédia misturar-se-ia com romantismo e números musicais não cómicos. Apenas os cinco primeiros são considerados geniais em sua forma. O primeiro filme que os Irmãos fizeram com Thalberg, foi A Night at the Opera (1935), que fez muito sucesso, seguido por A Day at the Races (1937). Entretanto, durante um tiroteio em 1936, Thalberg morreria, e sem ele, não haveria alguém que os protegesse e ajudasse na MGM.
Após uma curta experiência na RKO (Room Service, 1938), os Irmãos Marx fizeram três filmes razoáveis antes de sair da MGM, At the Circus (1939), Go West (1940) e The Big Store (1941). Para enfrentar o problema das dívidas de jogo de Chico, os Irmãos Marx fizeram outros dois filmes, A Night in Casablanca (1946) e Love Happy (1949), ambos produzidos pela United Artists. Eles trabalharam juntos depois, em cenas diferentes, em um filme considerado ruim, The Story of Mankind (1957). Depois, houve especial de televisão, The Incredible Jewel Robbery em 1959.
Chico e Harpo fizeram, às vezes juntos, algumas aparições teatrais e Groucho começou uma carreira de apresentador, de 1947 até meados dos anos 60, no programa You Bet your Life. Também escreveu livros autobiográficos: Groucho and Me (1959) e Memoirs of a Mangy Lover (1964).
Uma de suas famosas frases de Groucho Marx foi, "não quero pertencer a qualquer clube que aceita como um parceiro para alguém como eu."
Groucho Marx foi cremado, suas cinzas são mantidos em Eden Memorial Park, onde o epitáfio no túmulo, "Desculpe eu não me levantar para cumprimentar".

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Groucho Marx - "take a letter Jameson"



Cinema: Irmãos Marx



Una noche en la Ópera, escena de la cena

domingo, 12 de abril de 2009

Desiree - Gilbert Becaud







Yves Montand - Les Feuilles Mortes











sábado, 11 de abril de 2009

LOUIS DE FUNÈS




















Germain David Galarza é mais conhecido sob o pseudónimo Louis de Funès. Louis de Funès, nasceu em 31 de Julho de 1914, em Courbevoie. Depois de seus estudos no Liceu Condorcet, em Paris. Louis de Funès figura muitos anos, apenas em pequenos papéis. Ele não toma parte no conflito que eclodiu em 1939, porque foi declarado inapto. Foi contratado como um pianista em casas nocturnas, onde conheceu Eddy Barclay, durante a ocupação alemã.

Atrás de seu piano, ele mostra já um carácter nervoso, gesticulando por todos os lados. A sua primeira aparição no palco ocorreu na Paris ocupada. Após a libertação, ele continua o seu caminho dos cabarés e estúdios, mas fica conhecido no cinema por o filme, Valet de Chambre de "A vida de um homem honesto", de Sacha Guitry, em 1952 . Em 1956, ele ganhou reconhecimento precoce em "Crossing Paris" por Claude autant-Lara, quando ele contracena com Jean Gabin e Bourvil.

Este actor francês tornou-se uma estrela com os seus filmes dos anos 1960 a 1970. Entretanto, ele casou com Germaine Elodie Carroyer em 1936 e, em seguida, casou uma segunda vez com Jeanne Bartolomeu de Maupassant, a pequena sobrinha do escritor. O seu filho Olivier aparece em alguns filmes com o pai "Le Grand Restaurant", "Sur un arbre Perché". Ao fim de 50 anos, depois de já cem filmes para o seu crédito, a sua visão como cómico é finalmente reconhecida. Em 1958, ele entrou no estrelato com o papel em "Nem vi nem conhecidos".

E no ano seguinte, ele venceu com a peça "Oscar" em que o seu rosto está bem a provocar o riso. O resultado é ficar mais conhecido. Após o sucesso de "Pouic-Pouic" em 1963, ele triunfa completamente. Produtores e directores procuram-no.
Ele oferece o seu primeiro grande papel, que rapidamente o levou à fama "gendarme de Saint-Tropez", de Jean Girault, em 1964, a ser seguido por cinco "! Suites". A partir daí, sua carreira de Funes articula em torno de dois eixos: o eixo Gerard Oury eo eixo Jean Girault. Esta última oferece-lhe um papel na história do Inspetor pele Cruchot. Entretanto, Gérard Oury ofereceu-lhe os três maiores hits.

Os seus duetos com Bourvil em "Os Corniaud" em 1965 e "La Grande Vadrouille" em 1966, mais bem sucedidos filmes franceses com 17,2 milhões de bilhetes, fica para a posteridade com réplicas e inesquecíveis sequências. O seu carácter irrascível, mas não ruim, o seu jogo e sua transformação de expressões faciais foram teorizadas em "La Folie des grandeurs" por Gérard Oury, em 1971, onde conheceu Yves Montand e Hibernatus "em 1969. Com "Les aventures de Rabbi Jacob", em 1973, ele conseguiu a façanha de fazer as pessoas rirem juntas, judeus, muçulmanos e católicos. Ultrapassado pela doença, ele teve que parar algum tempo para descansar, como resultado de um ataque cardíaco em 1975, ele fez apenas alguns filmes, incluindo "The Wing ou na coxa", com um novato chamado Coluche.

Então vimos também um grande filme "La Soupe aux choux".
Louis de Funès colaborou durante muitos anos num restaurante que era frequentado por pessoas como os entreteiners, Michel Serrault, Jean Yanne.
Faleceu a 27 de Janeiro de 1983 em Nantes de um ataque cardíaco. O seu corpo repousa no cemitério da adega, comuna de Loire-Atlantique perto do Château de Clermont.

Fonte: www.a525g.com/.../525g.com/cinema/louis-de-funes.php

Les aventures de Rabbi Jacob



Louis de Funes "La Grande Vadrouille"

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Louis de Funes


sexta-feira, 10 de abril de 2009

Tango Funèbre - Jacques Brel








quinta-feira, 9 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

Stan Laurel e Oliver Hardy






















Agora é a vez de Stan Laurel e Oliver Hardy, a impagável dupla O Bucha e o Estica, como ficaram conhecidos em Portugal. Consta que juntos fizeram 99 filmes, boa parte deles já com som. Recordo que vi muitos filmes deles, mas 99 é muito, a não ser que contasse com os que vi mais que uma vez…
Os filmes da dupla O Bucha e o Estica eram na minha juventude uma das nossas comédias preferidas.
Ofereço aqui uma resenha das vidas e trabalhos de Stan Laurel e Oliver Hardy, de autoria de Geraldo Azevedo, encontrada na Internet.

O inglês Stan Laurel (o Magro) e o americano Oliver Hardy (o Gordo) se juntaram em 1927, e assim como os Três Patetas, são até hoje reconhecidos pelo seu humor simples e ingênuo. Stan e Olie são verdadeiros quadrinhos filmados.

Nascido em julho de 1890; filho de um casal de atores o jovem Arthur Stanley Jefferson; mais tarde Stan Laurel, logo se interessou pela arte de representar entrando para o teatro. Na década de 10 chegou aos E.U.A na companhia teatral de Fred Karno fazendo dupla com nada mais, nada menos do com que Charlie Chaplin. Entre 1920 e 1925 realiza uma série de comédias mudas para a Universal Pictures até que em 26 é contratado pelo estúdios de Hal Roach tornando-se uma presença constante nas comédias do referido estúdio. Em 1927 forma a imortal dupla com o gordo Hardy.

Nascido em 1892 Oliver Norville Hardy , era filho de um famoso advogado do estado da Geórgia. Aos 8 anos de idade já cantava em apresentações de família e por influência do pai, estudou Direito. Mas, em 1913 apaixonou-se pelo cinema e virou ator. Em 1917 Olie e Stan têm seu primeiro contato na tela grande num curta em que Stan é um vendedor de livros e Olie um bandido que o molesta.

Diferentemente de Laurel que só fez comédias, Hardy chegou a fazer papeis dramáticos; mas devido a sua figura bonachona passou a fazer tipos cômicos. Em 1927 a célebre dupla é constituída no filme “Duck Soup”. Ao contrário de outros comediantes que tiveram suas carreiras destruídas com o advento do cinema sonoro, (entre eles, o genial Buster Keaton) o humor de Laurel e Hardy se adaptou perfeitamente nas películas faladas. (Chaplin só realizaria seu primeiro filme parcialmente falado em 36, “Tempos Modernos!”).

Em 1929 realizaram algumas comédias que embora mudas, já contam com ruídos e sons. Ainda em 29 , O Gordo e o Magro fazem o primeiro filme falado: “Unaccostomed as We Ware”, que seria refilmado em 38 como “Blockheads”, “A Ceia dos Veteranos.” O curioso é que o filme de 29 tem uma cópia muda de 18 minutos e outra falada de 21 minutos. Até a década de 70 só existia a versão muda (não me perguntem por quê!).

Em 1931 Laurel e Hardy estreiam num longa- metragem: “Perdão para Dois” (Pardom Us). O comediante escocês James Finlayson; que participou de boa parte dos filmes de Olie e Stan faz uma ponta impagável como professor do presídio e Boris Karloff , futuro Frankestein do cinema aparece numa participação como presidiário.

Os sucessos se sucedem: “Dois Trapalhões bem Intencionados” (1932), “Fra Diavolo”, e “Filhos do Deserto”(1933), “Dois Caipiras Ladinos”(1937). “Filhos do Deserto”, fez tanto sucesso que virou nome de um fã – clube famoso da dupla nos E.U.A.

Na vida pessoal, porém, brigavam muito! Laurel, o gênio da dupla; ficava até altas horas da noite dentro de estúdios bolando “gags”, enquanto Hardy só queria saber de seu hooby predilecto: jogar golfe. As relações de Laurel com o produtor Roach também azedaram. Com isso, o contrato dos dois termina em 38 e o Bucha faz um filme sem o Estica: “Zenóbia”. Hardy tenta fazer sem sucesso uma dupla com o antigo comediante do cinema mudo, Harry Langdon (fisicamente parecido com Laurel). Ainda em 38, voltariam a filmar no já citado “A Ceia dos Veteranos”. Na historia, O Estica passa 20 anos num forte sem saber que havia terminado a Primeira Guerra. O Bucha o leva para a casa, e aí, Stan consegue destruir o apartamento e o casamento do amigo.

Em 40, rodam os dois últimos filmes da fase de ouro da Metro: “Dois Palermas em Oxford”(“A Chump at Oxford”) e “Dois Marujos Improvisados”(“Saps at Sea”). No primeiro, o Estica é confundido com um nobre inglês e no segundo, o Bucha com uma crise nervosa por trabalhar numa fábrica de buzinas, vai com o Estica passear num barco, e lá se envolvem com um perigoso bandido.

Em 41, assinam contrato com a Fox. Os filmes da Fox eram tecnicamente mais bem produzidos, porém não tinham o charme dos da Metro. São desta fase, “Ladrão que Rouba Ladrão”,(1943), “A Bomba” (1944) e “Os Toureiros” (1945).

Com Hollywood fechando as portas para eles, só voltariam a filmar cinco anos depois. Em 1950 fariam a fracassada produção “Atol K”. Como não conseguiriam distribuidor norte-americano, o jeito foi uma produtora italiana distribuir o filme. Por causa disso, a película teve outro título “Utopia”. No Brasil chamou-se “No Paraíso dos Malandros".

Em 56, o produtor Hal Roach Jr. teve a idéia de fazer uma série do Gordo e o Magro para a TV. Infelizmente, não pôde ser posta em prática pois Hardy, o Gordo faleceu em 07 de agosto de 1957 de complicações cardíacas. Com a morte de Hardy, Laurel se retira do cinema. Em 60, ele é homenageado por Hollywood com um Oscar por sua contribuição à comédia norte-americana. No ano seguinte, outra homenagem: a de seu “fã de carteirinha”, Jerry Lewis. Um dos primeiros filme dirigidos e interpretados por Lewis “O Mensageiro Trapalhão” é inspirado em Stan Laurel. O Estica, Laurel morreu de um ataque cardíaco em 23 de fevereiro de 1965.

Um feliz matrimónio de contraste. Ou a perfeita versão de um relacionamento imaturo entre um pai soberbo e um filho atarantado. Assim foram, durante os 96 filmes que fizeram juntos de 1927 a 1951, o inglês Stan Laurel (1890-1965) e o americano Oliver Hardy (1892-1957).Para cultivar como poucos a arte da catástrofe calculada, preservaram imperturbável fidelidade a um estilo, com truques de pantomima que se repetiam infinitamente sem perder a limpidez e a graça originais.

O Laurel, cara de bebê chorão, sempre retocado por melancólico ar de culpabilidade, efeito de suas impávidas tolices, era a criança indefesa, protegida pela prodigiosa obesidade de Hardy, cujas mesuras cavalheirescas e fidalgo semblantes ficavam em hilariante desacordo com seu porte paquidérmico. Invariavelmente às trapalhadas de Laurel, Hardy reagia encarando a câmara com um olhar de suplicante resignação, substituído por uma colérica revolta se de súbito seu protegido revelasse uma sapiência que lhe feria o orgulho. Essa fusão magnífica de imagens e têmperas paradoxais, no entanto, não mereceu em seu tempo a justa consagração, - que só veio postumamente, nos anos 60, quando floresceu entre os americanos uma idolatria de invejáveis proporções.

Todas as fotos desta página foram utilizadas somente para ilustrar o texto, pertencem aos seus legítimos proprietários, por direito.
Osamu Nakagawa - edição e redação
© tvsinopse.kinghost.net


Kitchen scene from 'Helpmates'




Laurel and Hardy Dance To The Gap Band

domingo, 5 de abril de 2009

Fernandel


















FERNANDEL " LE TANGO CORSE "


















No campo cómico - popular, a herança neo-realista é visível, por exemplo, na série de Giovanni Guareschi dedicada ao personagem D Camilo. Os filmes sobre D Camilo (Fernandel) e o comunista Peppone (Gino Cervi), rodados por diretores como Julien Duvivier (O pequeno mundo de don Camillo, 1951, e O regresso de don Camillo, 1953) e Carmine Gallone (Don Camillo e o deputado Peppone, 1955, e As últimas aventuras de don Camillo, 1961), foram sucessos de bilheteria. O legado do neo-realismo, porém, não se limitou ao gênero cômico-sentimental, influenciando grandes nomes do cinema italiano que despontaram nos anos 1950 e 1960, como Michelangelo Antonioni e Fellini.
Segundo Ferraz da Silva, de onde retiro o depoimento que transcrevo, tem-se uma visão da influência que os filmes de Don Camilo tiveram na Aldeia onde as cenas se passaram…

DON CAMILO E O SEU PEQUENO MUNDO

"A deliciosa comédia Don Camilo e o Seu Pequeno Mundo .
As histórias de Don Camilo, soberbamente interpretadas pelo cómico francês Fernandel e pelo actor italiano Gino Cervi começaram a ser rodadas em 1951 sob a direcção do francês Julien Duvivier e com argumento dum escritor desconhecido , um italiano de nome Giovannino Guareshi , natural do município de Busseto, na província de Parma , em Itália. Brescello , a paróquia cenário onde se rodaram os filmes , é hoje uma pequena cidade de cinco mil habitantes que vive da agricultura e beneficia dum considerável fluxo turístico derivado dos filmes que lhe propagaram o nome.
Junto á igreja , a figura do pároco , trabalhada em bronze , saúda a do autarca na diagonal oposta, nos paços do concelho , uma saudação mais sugerida que aberta , entre dois adversários teimosos mas leais. Coisas de então !!!! No museu , que ocupa todo o primeiro andar duma modesta construção, um rol de adereços , filmes, cartazes, máquinas de filmar e projectar , revistas, comentários e notícias de jornais, entre muitas outras, fazem a delicia dos amantes da sétima arte. Do lado de fora , uma locomotiva , um tanque de guerra e utensílios agrícolas , utilizados nas rodagens, além da própria povoação, palco de toda a trama dos vários filmes rodados. No interior da igreja , culto obrigatório para qualquer visitante , a imagem do Cristo que amiúde falava com Don Camilo , o aconselhava e repreendia nos momentos de desespero ou casmurrice exagerada em imagens profundamente gravadas pelo cinema na memória numa geração inteira. Fitas que hoje são autênticas peças de museu para rever em casa e rir, rir de satisfação num tempo em que o cinema se transformou em agente da agressividade , da violência, do ódio e da guerra e quando as imagens televisivas transmitem as próprias lutas em directo. Tempo em que os homens mudaram e o mundo mudou com eles. Relíquias como O Regresso de Don Camilo , Don Camilo e o Nobre Peppone, Don Camilo Monsenhor ou o Camarada Don Camilo, entre outros , são testemunhos claros duma época de boas intenções herdadas do digerir da bomba atómica e do inicio da guerra fria ,onde o humanismo e uma ingenuidade infantil e angelical estão presentes. A cidade de Brescello fez um museu a tudo isto e vende hoje o seu produto aos milhares de turistas que a visitam. Pouco mais tem para mostrar mas este pouco que tem, foi construído com o trabalho , a teimosia e a perseverança dos seus habitantes mais a ajuda incontornável dos seus eleitos locais. Um pequeno mundo feito á medida da obra cinematográfica que lhe está subjacente num grande mundo feito de coisas pequenas , que vale pelo seu conjunto e pelas diferenças de cada construção. Entre as coisas pequenas de cada um , nós próprios faremos sempre o esforço necessário para as fazer diferentes ? É que o mundo não se faz ao tamanho do cenário , faz-se sim muito mais, ao tamanho das obras. Tudo afinal como no Don Camilo e o Seu Pequeno Mundo."

D. Camilo

No meio de trabalhadores agrícolas em greve, o padre D. Camillo obriga o prefeito comunista Pepone, para ajudar a tratar as vacas leiteiras

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Il Mondo - Jimmy Fontana (1965)






















quinta-feira, 2 de abril de 2009

Totó






















Actor italiano, de nome verdadeiro António de Curtis Gagliardi Griffo Focas, nascido em Nápoles a 15 de Fevereiro de 1898 e falecido em Roma a 15 de Abril de 1967.
Totò, o lendário cómico do cinema italiano, morto em 1967, portanto, há 42 anos. Não sei se Totò ficou entre os dez, ou entre os cinco mais, mas merecia. Totò era aristocrata de nascimento, mas encarnou, no cinema, o italiano humilde, com aquele domínio cénico que lhe permitia actuar como uma marionete desarticulada diante da câmara. Sua expressão facial era inigualável. Quando ele suspirava e o próprio rosto parecia se desfazer, angelicalmente, o burlesco italiano tocava o trágico e o sublime, o que directores como Monicelli e Steno, em dupla ou separadamente, e também De Sica, Lattuada, Pasolini e Rossellini perceberam em filmes que fazem parte da história. Aliás, no fim da fita Totò teve um problema de visão que o deixou quase cego, mas isso não diminuiu sua actividade e até acentuou a cara de anjo sofredor, que era sua marca (e que da qual ele tirava proveito). As pérolas do ciclo são, claro, Os Eternos Desconhecidos e Gaviões e Passarinhos, mas vale ver Totò Procura Casa, Totò le Moko e Totò, Peppino e la Dolce Vita, que praticam uma estética da paródia – ao neo-realismo, ao velho filme de Julien Duviver com Jean Gabin e ao Fellini de A Doce Vida.

Totò e la gioventù



Omaggio ad un piccolo grande uomo

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Summertime - Ella Fitzgerald