Hat Man
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Esta foto foi finalista e acabou de ser premiada agora com uma medalha de
ouro no Paris International Street Photography Awards 2024 photo contest.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
O Mundo Avança...
Passagem de Ano - Álbum Digital Olhares
O Mundo Avança
“O mundo avança. - É verdade, disse eu, avança, mas dando voltas em torno do sol. (...) Os adolescentes da minha geração, alvoraçados pela vida, esqueceram em corpo e alma as ilusões do futuro, até que a realidade lhes ensinou que o futuro não era como o sonhavam, e descobriram a nostalgia. Ali estavam as minhas crónicas dominicais, como uma relíquia arqueológica entre os escombros do passado, e aperceberam-se que não eram só para velhos mas também para jovens que não tivessem medo de envelhecer.”
Gabriel García Marquez in 'Memória das Minhas Putas Tristes'
Strauss - Radetzky March - Karajan
Publicada por
João Ramos Franco
domingo, 27 de dezembro de 2009
O Presente…
Relogio - Salvador Dali
O Presente…
Não é extraordinário pensar que dos três tempos em que dividimos o tempo - o passado, o presente e o futuro -, o mais difícil, o mais inapreensível, seja o presente? O presente é tão incompreensível como o ponto, pois, se o imaginarmos em extensão, não existe; temos que imaginar que o presente aparente viria a ser um pouco o passado e um pouco o futuro. Ou seja, sentimos a passagem do tempo. Quando me refiro à passagem do tempo, falo de uma coisa que todos nós sentimos. Se falo do presente, pelo contrário, estarei falando de uma entidade abstracta. O presente não é um dado imediato da consciência.
Sentimo-nos deslizar pelo tempo, isto é, podemos pensar que passamos do futuro para o passado, ou do passado para o futuro, mas não há um momento em que possamos dizer ao tempo: «Detém-te! És tão belo...!», como dizia Goethe. O presente não se detém. Não poderíamos imaginar um presente puro; seria nulo. O presente contém sempre uma partícula de passado e uma partícula de futuro, e parece que isso é necessário ao tempo.
Jorge Luís Borges in 'Ensaio: O Tempo'
Louis Armstrong, "Hello Brother"
Publicada por
João Ramos Franco
domingo, 20 de dezembro de 2009
A Certeza da Data
Castelo de Óbidos – Natal - Álbum Digital Olhares
A Certeza da Data
….. “É a certeza da data que imprime realidade às coisas que, sem essa certeza encarnadora, apenas passadas, se desfariam na diafaneidade e impalpabilidade do Tempo.
Todo o nosso viver consiste num rolo de sonhos que se vão desprendendo de nós, fugindo para trás como o fumo de uma tocha que corre, depressa adelgaçados, logo esvaídos. São as datas que prendem, retêm esses sonhos: nelas ficam imóveis, em torno delas se condensam, por elas ganham forma e duração.
Foi entrevendo esta verdade que Bossuet, numa grande imagem, comparou os dias felizes de uma existência a pregos de ouro cravados numa parede escura. Esses pregos eram as datas, onde as venturas dessa existência, que já voavam, se iam dissipar na eternidade, ficaram presas, imóveis, resplandecendo como pontos de ouro.”
Eça de Queirós in 'Notas Contemporâneas'
Bing Crosby - Silent Night
Publicada por
João Ramos Franco
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O Rápido Passar do Tempo…
Cine–Teatro Pinheiro Chagas
O Rápido Passar do Tempo…
“O ócio torna lentas as horas e velozes os anos. A actividade torna rápida as horas e lentos os anos. A infância é a actividade máxima, porque ocupada em descobrir o mundo na sua diversidade.
Os anos tornam-se longos na recordação se, ao repensá-los, encontramos numerosos factos a desenvolver pela fantasia. Por isso, a infância parece longuíssima. Provavelmente, cada época da vida é multiplicada pelas sucessivas reflexões das que se lhe seguem: a mais curta é a velhice, porque nunca será repensada.
Cada coisa que nos aconteceu é uma riqueza inesgotável: todo o regresso a ela a aumenta e acresce, dota de relações e aprofunda. A infância não é apenas a infância vivida, mas a ideia que fazemos dela na juventude, na maturidade, etc. Por isso, parece a época mais importante, visto ser a mais enriquecida por considerações sucessivas.
Os anos são uma unidade da recordação; as horas e os dias, uma unidade da experiência.”
Cesare Pavese in 'O Ofício de Viver'
Casablanca - As Time Goes By
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João Ramos Franco
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
- Uma viagem…
Praça da Republica - Caldas da Rainha
- Uma viagem…
È difícil calcular a data da partida, sabemos a data de nascimento, mas o conhecimento de tudo o que nos envolve retarda a exactidão de quando começámos a caminhada…
Factos reais, a casa paterna, o local onde nascemos e a ida para escola, funcionam na nossa mente como “apeadeiros” dum percurso, em que temos a certeza que fizeram parte da viagem.
Mas rapidamente o tempo vai marcando outras etapas do caminhante, sem ele dar conta, e a certo momento ele apercebesse de que a distância percorrida desde o início já vai grande…
- Parar a viagem é impossível.
Resta-nos a memória e as recordações de cada etapa para fazer o percurso inverso.
O sermos positivos nesta atitude conta como ponto construtivo, mesmo que algo mau haja na recordação, será apenas uma alteração percurso da qual temos consciência, (conta apenas como experiencia); as nossas palavras retratam imagens e pessoas numa sociedade em constante mutação, em que recordaremos o belo e bom encontrados nesta viagem, que nada mais é que nossa vida.
João Ramos Franco
Gilbert Becaud - Desiree (1985)
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João Ramos Franco
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Compreender e Unir
Agostinho da Silva
Agostinho da Silva - Solidão, Tolerância, Trabalho e Poesia
Compreender e Unir
“Já são em número demasiado os que vieram ao mundo para combater e separar; o progresso e valor de cada seita e de cada grupo dependeram talvez desta atitude descriminadora e intransigente; aceitemos como o melhor que foi possível tudo o que nos apresenta o passado; mas procuremos que seja outra a atitude que tomarmos; lancemos sobre a terra uma semente de renovação e de íntimo aperfeiçoamento.
Reservemos para nós a tarefa de compreender e unir; busquemos em cada homem e em cada povo e em cada crença não o que nela existe de adverso, para que se levantem as barreiras, mas o que existe de comum e de abordável, para que se lancem as estradas da paz; empreguemos toda a nossa energia em estabelecer um mútuo entendimento; ponhamos de lado todo o instinto de particularismo e de luta, alarguemos a todos a nossa simpatia.
Reflitamos em que são diferentes os caminhos que toma cada um para seguir em busca da verdade, em que muitas vezes só um antagonismo de nomes esconde um acordo real. Surja à luz a íntima corrente tanta vez soterrada e nela nos banhemos. Aprendamos a chamar irmão ao nosso irmão e façamos apelo ao nosso maior esforço para que se não quebre a atitude fraternal, para que se não perca o dom de amor, para que se não cerre o coração à mais perfeita voz que nos chama e solicita.
Não os queremos trazer ao nosso grémio nem ingressar no deles; apenas desejamos que da melhor compreensão entre uns e outros, do conhecimento das essências, se erga a morada de um Pai que não distingue entre os eleitos e a todos por igual protege e incita; cada um ficará em sua lei; só pretendemos que não tome os de leis diferentes por implacáveis inimigos ou por almas perversas e perdidas; são homens como nós e vão-se dirigindo ao mesmo fim; desde já os vejamos como futuros companheiros.”
Agostinho da Silva in 'Considerações'
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João Ramos Franco
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
"E Agora?..." Antigos Alunos do ERO
Temas para o Blogue do ERO.
O post "E Agora?", do João Jales, deu-me a entender que havia dificuldade em encontrar novos temas para lançar no Blogue. Não me parece, até porque muitas das conversas que ouvi no Encontro poderiam ser esses novos temas.
O JJ, em busca solitária talvez não os veja, mas todos nós, comentadores, temos de o ajudar; o blogue é o local onde nos encontrámos, reencontrámos e recordámos, e não pode nem deve parar, temos o dever de contribuir para que tal não aconteça. Criar uma comissão, entre nós, será o modo de dar continuidade a todo este processo.
A reunião de 14 de Novembro deve-se ao Coordenador e a nós compete retribuir ajudando a manter o Blogue. Meus caros colegas, reflectir e avançar, criar uma comissão que colabore com João Jales é a minha proposta, estou disponível para ajudar, mas conto com a vossa resposta à minha sugestão.
Um abraço amigo
João Ramos Franco
Joe Cocker - N'oubliez Jamais
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João Ramos Franco
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