(Não me recordo de que sitio da internet retirei este postal)
JANTAR/ENCONTRO Sábado, 6 de Agosto de 2011 às 18:30 INATEL Foz do Arelho
Voltar ao Passado… «E se procurarem saber porque é que todas as imaginações humanas, frescas ou murchas, tristes ou alegres, se voltam para o passado, curiosas de nele penetrarem, acharão sem dúvida que o passado é o nosso único passeio e o único lugar onde possamos escapar dos nossos aborrecimentos quotidianos, das nossas misérias, de nós mesmos. O presente é turvo e árido, o futuro está oculto.»
« As recordações em amor não constituem uma excepção às leis gerais da memória, também ela regida pelas leis do hábito. Como esta enfraquece tudo, o que mais nos faz lembrar uma pessoa é justamente aquilo que havíamos esquecido por ser insignificante e a que assim devolvemos toda a sua força. A melhor parte da nossa memória está deste modo fora de nós. Está num ar de chuva, num cheiro a quarto fechado ou no de um primeiro fogaréu, seja onde for que de nós mesmos encontemos aquilo que a nossa inteligência pusera de parte, a última reserva do passado, a melhor, aquela que, quando se esgotam todas as outras, sabe ainda fazer-nos chorar.»
Zé Povinho, um pontapé magistral Rafael Bordalo Pinheiro In: O António Maria,1884
Um prato de carneiro com batatas era tradicionalmente oferecido, após o acto eleitoral, aos eleitores arregimentados.
"O Zé Povinho, sob a protecção da República, dá um pontapé no caldeirão de carneiro com batatas com que Fontes e Mariano de Carvalho o tentavam aliciar" (In: Fontes Pereira de Melo nas caricaturas de Bordalo Pinheiro, 1988).
O Zé Povinho, representando o cidadão contribuinte, torna-se símbolo de uma maior exigência em relação às contas públicas.
«Hoje, após tantas experiências, a personagem está ameaçada de ser suprimida exclusivamente a favor do escritor. A arborescência de memória, sombras de fantasia, suspeitas de sensibilidade ou a conversas fúteis, monólogos e solilóquios, parece estar reduzido a única personagem ainda hoje possível, isto é, aquela que diz «eu». É significativo que esta redução coincida com a procura atenta duma linguagem narrativa que satisfaça as ampliadas exigências estéticas do tempo. Em conclusão, depois do romance ter sido durante tanto tempo uma questão de conteúdo parece agora resolver-se por um compromisso formal. Teremos depois da lírica pura o romance puro? Como se vê estamos bem longe do romance oitocentista. Evidentemente que a crise da personagem corresponde a uma crise semelhante do conceito do homem. O homem moderno não passaria duma entidade numérica dentro da colectividade entre as mais formidáveis que a humanidade já conheceu. Não existiria por si só mas como parte de qualquer outra coisa, de um organismo, de um sentimento, de um conceito colectivo. Com um tal homem é bastante difícil fazer uma personagem, pelo menos no sentido tradicional da palavra. Mas neste ponto há necessidade de acentuar que muito mais do que a personagem conta a experiência metafísica e moral a partir da qual nasce a personagem mesmo. Essa experiência, provávelmente, será inteiramente renovada. Por isso o romance não morreu. Espera apenas um novo conceito do homem para renascer com dignidade.»
Alberto Moravia,in 'O Homem Como Fim' (texto escrito em 1941)
«Lastimo os que atribuem grande importância ao tema do transitório das coisas e que se perdem em minudências terrenas sem valor. Porque nós existimos precisamente para transformar o transitório em duradouro, e tal só acontece quando somos capazes de apreciar ambas as coisas.
A vida, por mais vulgar que pareça ser, por mais que dê a ideia de se satisfazer com coisas triviais e quotidianas, nunca deixa de se ocupar atentamente, ainda que em silêncio, de certas exigências superiores e de procurar os meios necessários à respectiva satisfação.»
Johann Wolfgang von Goethe in 'Máximas e Reflexões'
«A pessoa ou instituição que encarregamos de nos tornar felizes têm o direito de se queixarem se lhes recordarmos que, apesar de tudo, continuamos livres e senhores de recalcitrar. Tudo o que não conseguimos realizar sós, diminui a nossa liberdade. O doente nas mãos do médico é como a sociedade nas mãos do salvador - herói ou partido. Como? Encarregamo-nos de organizar a sociedade - isto é, vós próprios, e depois, pretendeis continuar livres. Precisamente porque não existe sociedade económica pura, toda a organização científica da economia contém em si a afirmação de uma mística - quer dizer, um credo estatal que atinge também a vida interior, e, assim como o organizador deve eliminar toda a heterodoxia económica, terá igualmente de eliminar as heterodoxias interiores. Uma sociedade inteiramente orientada do ponto de vista económico e totalmente livre espiritualmente é uma contradição.»
«O poder interior do homem pode-se comparar ao de um rio que, impedido por um dique, forme uma bacia artificial dando assim origem a uma fonte de energia. Mas há séculos que este dique tem uma falha, a bacia está quase vazia, a energia pouco menos que gasta e todas as regiões em volta estão na escuridão. Deve-se portanto reforçar o dique e permitir que o nível da água suba. Por outras palavras, para encontrar uma ideia do homem, isto é, uma fonte de verdadeira energia, necessita-se que os homens reencontrem o gosto pela contemplação. A contemplação é o dique que alimenta de água a bacia. Ela permite aos homens acumular de novo a energia de que a acção os privou.»
«Para a realidade humana, ser é escolher-se: nada lhe vem de fora, nem tão-pouco de dentro, que possa receber ou aceitar. Está inteiramente abandonada, sem auxílio de nenhuma espécie, à insustentável necessidade de se fazer ser até ao mais ínfimo pormenor. Assim, a liberdade não é um ser: é o ser do homem, quer dizer, o seu nada de ser. (...) O homem não pode ser ora livre, ora escravo; ele é inteiramente e sempre livre, ou não é.»
Hat Man
-
Esta foto foi finalista e acabou de ser premiada agora com uma medalha de
ouro no Paris International Street Photography Awards 2024 photo contest.
UM NATAL NOS PIMPÕES
-
Tenho pela colectividade “Os Pimpões” um enorme sentimento de pertença que
vem desde os tempos em que vivia no Bairro da Ponte, foi uma colectividade
que d...
FELIZ NATAL
-
Numa altura em que os presentes já estão junto à árvore de natal, e já se
ultimam os últimos pormenores para a consoada, desejo a todos os
“Bordalões” um b...
SAUDADES DE NÓS PRÓPRIOS
-
Este Verão encontrei por mero acaso um casal amigo que estavam acompanhados
por um outro casal , este de Santarém.
Estes amigos contaram-me que rarament...
em sentido
-
pouco custou deixar de escrever. Nada valia o que parece. Preguiças
figuronas. Porque hoje os telejornais põem o povo em sentido. Aos médicos
mandam emigra...
things of beauty
-
*There ought to be gardens for all months in the year,*
*in which, severally, things of beauty,*
*may be then in season.*
Sir Franci...
melancolias
-
Será que perdemos noção da importância de estar, simplesmente, tristes?
Depression may also be melancholy: it may be discouragement,
disappointment, abando...