A 17 de Novembro de 1942 passou a ter mais um observador frequente. Da varanda da casa onde nasci, frente a ele, olhava-o sem ter conhecimento de que era um velho Chafariz e que jamais o iria esquecer. Olho para fotografia e as imagens que guardo da minha mais tenra juventude, até à idade escolar, esvoaçam por entre seres que dependem da água que jorra da sua bica e o ponto de encontro do alguém que aproveita aquele momento em que enche as vasilhas para falar da sua vida… Esta imagem que se perpétua na minha mente marca o meu conhecimento com a cidade onde nasci.
Após ter lido um artigo de Hermínio de Oliveira, publicado em Setembro de 2009 no Jornal das Caldas, para me esclarecer melhor sobre a origem do edifício como património histórico, o qual recomendo a leitura aos interessados na história da nossa Cidade. - Vou então tentar recordar alguns dos filmes que lá vi, desde já vos chamo a atenção que aqui comecei a ver a 7ª Arte. Sei que a primeira vez que lá entrei (que me recorde) não foi para ver cinema, mas sim o Orfeão Académico de Coimbra e o Orfeão do Liceu de Leiria, pela mão do meu pai, pois a minha idade seria uns 7 ou 8 anos.
«Desaparecido o fervor de uma monomania, falta uma ideia central para dar significado aos momentos interiores esparsos. Em suma, quanto mais o espírito está absorvido por um humor dominante, mais a paisagem interior se enriquece e varia. É preciso procurar uma só coisa, para encontrar muitas.»
Alexandra Kollontai, dirigente feminista da revolução socialista, escreveu sobre o fato e sobre o 8 de março. Diz ela: "O dia das trabalhadoras em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, no antigo calendário) foi uma data memorável na história (...) A revolução de fevereiro começou nesse dia". O fato também é mencionado por Trotski, dirigente da revolução, na História da Revolução Russa. Trotski conta que o dia 23 de fevereiro (8 de março), era o Dia Internacional da Mulher.
O Homem e a Mulher
«O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher, o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono; para a mulher fez um altar. O trono exalta e o altar santifica. O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz amor. A luz fecunda; o amor ressuscita. O homem é o génio; a mulher é o anjo. O génio é imensurável; o anjo é indefenível; A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher é a virtude extrema; A glória promove a grandeza e a virtude, a divindade. O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia significa a força; a preferência representa o direito. O homem é forte pela razão; a mulher, invencível pelas lágrimas. A razão convence e as lágrimas comovem. O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios. O heroísmo enobrece e o martírio purifica. O homem pensa e a mulher sonha. Pensar é ter uma larva no cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola. O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço e cantar é conquistar a alma. Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher, onde começa o céu.»
«Enquanto a leitura for para nós a iniciadora cujas chaves mágicas nos abrem no fundo de nós próprios a porta das habitações onde não teríamos conseguido penetrar, o papel dela na nossa vida será salutar. É perigoso ao invés quando, em vez de nos despertar para a vida pessoal do espírito, a leitura tende a substituí-la, quando a verdade deixa de nos surgir como um ideal que só podemos realizar através do progresso íntimo do nosso pensamento e do esforço do nosso coração, mas como uma coisa material, depositada eritre as folhas dos livros como um mel preparado pelos outros e que só temos de nos dar ao trabalho de alcançar nas prateleiras das estantes e de saborear em seguida passivamente num perfeito repouso de corpo e de espírito.»
«O esquecimento não é só uma vis inertioe, como crêem os espíritos superfinos; antes é um poder activo, uma faculdade moderadora, à qual devemos o facto de que tudo quanto nos acontece na vida, tudo quanto absorvemos, se apresenta à nossa consciência durante o estado da «digestão» (que poderia chamar-se absorção física), do mesmo modo que o multíplice processo da assimilação corporal tão pouco fatiga a consciência. Fechar de quando em quando as portas e janelas da consciência, permanecer insensível às ruidosas lutas do mundo subterrâneo dos nossos orgãos; fazer silêncio e tábua rasa da nossa consciência, a fim de que aí haja lugar para as funções mais nobres para governar, para rever, para pressentir (porque o nosso organismo é uma verdadeira oligarquia): eis aqui, repito, o ofício desta faculdade activa, desta vigilante guarda encarregada de manter a ordem física, a tranquilidade, a etiqueta. Donde se coligue que nenhuma felicidade, nenhuma serenidade, nenhuma esperança, nenhum gozo presente poderiam existir sem a faculdade do esquecimento.»
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