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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Janela do Café Bocage (Montra da direita)

Transportemo-nos a 4 de Outubro de 1960 Outubro de 1960, os alunos do ERO do prédio do Crespo mudam para as novas instalações num edifício construído de raiz, ao cimo da R. Diário de Notícias.

Entre alguns hábitos nossos que mudam, um deles é o ponto de encontro antes de ir para as aulas, depois de almoço.

O Café Bocage ficava-nos em caminho, e a sua montra era um ponto de observação, já



nesse tempo usado pela rapaziada da Escola Comercial e Industrial , o Rodolfo, o Leiria, o Clóvis, o Malhoa, o Amadeu, aos quais se foram juntar o Rainho, o Zé Carlos Nogueira, o João Calheiros Viegas e eu, do ERO; e é provável que me faltem alguns nomes.

Esta rapaziada tem toda uma coisa em comum, a idade, andam entre os 17 e 18 anos , uns são repetentes outros não, mas estão para acabar os Cursos da Escola ou do ERO e eram já bastante unidos pelo companheirismo e amizade.

Se vos disser que este local de reunião tinha como principal objectivo observar a passagem das raparigas tanto da Escola como do ERO não vos minto, o tempo de reunião era pouco, devido aos horários das aulas, mas ainda dava para fazermos das nossas – como quando entrava no Café o bufo da PIDE e Fiscal das Licenças de Isqueiro, conhecido por a alcunha do Miau, a malta começar a imitar um gato a miar e assanhado, era vê-lo sair porta fora…
Muita coisa se passou na naquele ponto de encontro, ali conhecemos o Montez e a D. Corália, sua esposa. Começámos a beber a ginja em casa deles, em Óbidos e depois mudámos para o bar que ele abriu, o "Ibn Errick Rex.

João Ramos Franco

Comentarios:
Artur Henrique Ribeiro Gonçalves disse:
A janela do café Bocage é ampla do tamanho de uma montra que se deixa ver por quem passa e ponto de observação estratégico para quem fica a olhar os que passam. Vantagens de quem quer contemplar a vida sentado à mesa de um café central co...m nome de poeta boémio e protagonista de histórias que os outros inventaram a seu respeito. A poética dos sentidos, todavia, fica empobrecida neste espaço de aromas quentes e cavaqueiras escaldantes. É que entre o interior e exterior do botequim de esquina há uma espessa vidraça que impede uma comunicação profícua entre quem esguarda e é esguardado. Nesse início de década de 60 de finais do 2.º milénio, era muito difícil ultrapassar os limites convencionais da linguagem dos olhares...

2 comentários:

J J disse...

Mais um post que é resultado da colaboração entre o Estar Presente e o Blog do Externato Ramalho Ortigão.
Desta vez a atenção está no Café/Restaurante Bocage aqui bem ilustrado por uma fotografia fantástica, suponho que dos anos 50.
Obrigado João, pela tua colaboração e constante apoio. Abraço. JJ

Maria disse...

E quando não era dentro do café era na esquina... :)))