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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

domingo, 26 de abril de 2009

O Orgulho de Ser Português























……Eis que, já não sei quando, oiço pela rádio, em sessão de esclarecimento ou dinamização do M. F. A., transfigurada em mote de incitamento convicto, a frase - chave: “o orgulho de ser português”. E com crescente insistência a sinto compartilhada, em muito largas e jovens camadas repetida e expressa consciência afervorada. Do 25 de Abril de 74, logo no 1º de Maio também de 74, dia inesquecível, um povo foi ganhando força e clarividência, a qual somente na luta se adquire.
- Nem se confunda tal orgulho com patrioteirismos à Pinheiro Chagas, com xenofobias de mística nacionalista (longe vá o agouro - …que já experimentámos no nosso século mitos e raças superiores e não esquecemos ao que levaram) ou com reminiscências daquela balela tragicómica de evangelizadores de povos pagãos, sabendo usar melhor o chicote e os pelourinhos que o crucifixo. Antes, bem pelo contrário, uma tradição portuguesa de universalidade, de convivência, de ávido conhecimento e abertura ao mundo.

- Deixámos, sim, de estar “orgulhosamente sós”, como apregoava o encaixotado fanático tacanho de Santa Comba Dão; estamos, sim, “orgulhosamente nós”. E a demonstrar que se não trata de uma paranóia colectiva que se apoderou, de repente, dos Portugueses, é ver as atenções (e preocupações) da estranja, muito embora as suas intenções (e preocupações…) para connosco divirjam, o que também sabemos. Deixámos de ser “os cafres da Europa” – e para os mais novos recordarei que por desenterrar, lastimando-o e repelindo-o, esse antigo ignominioso apodo, uma campanha pseudo – eleitoral dos tempos do fascismo, quando era consentido um escasso mês para se publicarem algumas (poucas e vigiadas) verdades, Adolfo Casais Monteiro foi preso pela PIDE; e Armindo Rodrigues, por se espantar, indignado e protestando contra, e tê-lo escrito e publicado, sofreu igual vexame. ….
Texto retirado de: Textos de Guerrilha – Luiz Pacheco - O Orgulho de Ser Português pág. 15 e 16

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