Hat Man
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Esta foto foi finalista e acabou de ser premiada agora com uma medalha de
ouro no Paris International Street Photography Awards 2024 photo contest.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Um estado de pensar pós-guerra
Desfile em Portalegre-Partida para a Ultramar 1964
O Retorno a Caldas da Rainha
Um estado de pensar pós-guerra
1967 – Férias em Tornada, em casa do José Maria Sales Henriques
- Na minha estante tenho livros, na minha mente recordações!...
- A caneta e a tinta são livres e recordar será não negar a nossa geração.
- È verdade que tenho sido um louco!...
- Esqueço-me todos os dias dos amigos, de mim e de que nas recordações há histórias de gente.
- Sentir a dor do amigo é pior que nada sentir!...
- Em 1967, de retorno às Caldas, já á noite no Ferro Velho fui chamado de (Mercenário pelo Luiz Pacheco e Assassino pelo Ferreira da Silva), porque tinha feito a guerra em Angola, hoje recordo os amigos que me o chamaram, e a vida acabou por devolver-me o meu nome.
- Por momentos o tempo recuou e senti-me quase que preso ao passado.
- Bastante calculista, enfrento a realidade e procuro a resolução de modo que nada fique alterado.
- Cómodo?...
- Reduzir o tempo a nada como se tudo fosse criação da minha mente e por consequência ilusão.
- Sentir que nada está mal no mundo, que o amor existe e ser inconsequente!
- Procuro encontrar explicação para a frivolidade com que enfrento tudo na vida.
- Critico-me!...
- Sinto que necessito de amor, mas acho que isso não seja tão importante para a vida que não possa passar sem ele.
- Nascimento, guerra, mulheres, filho, tudo parece não ser mais que vida, e o tempo que vivi o somatório de experiências!
- Interrogo-me e tento encontrar na experiência vivida algo a retractar o amor, os pensamentos tornam-se sem sentido, como se esse sentimento nunca tivesse estado presente.
- Todo este modo de sentir me revolta e a crueldade como penso dói-me...
A solidão ultrapassa-me, e tudo o que é parte respeitante à minha coexistência sinto que começa a ficar amorfo.
- A certeza de contribuir para a vida estável da sociedade que me envolve é uma questão de que por vezes duvido.
- Basicamente sei quais são os erros, tenho consciência deles, tento corrigi-los, e não vê-los como indivíduo isolado da sociedade.
- A tentativa de retirar do passado as experiências vividas, utilizá-las como arquivo e com elas modificar o modo de actuar no futuro é uma solução.
- Sei que este método de correcção devido aos estados psíquicos é bastante vulnerável, mas no encontrar uma de solução em que o incógnito do futuro é uma realidade, será talvez o modo menos falível de actuar.
- Ver o presente com a mente no futuro dá-nos muitas vezes a sensação de estar fora da sociedade em que vivemos e situarmo-nos como puros observadores do dia a dia sem dele fazermos parte.
- Toda esta teoria só pode ser válida quando nos retratámos e assumimos os nossos erros.
- Será que os humanos conseguem viver sem o “ódio”?
- Puramente idealista!...
- O filósofo é parvo?...
- Sentado à mesa da pastelaria, onde já há semanas comecei a escrever estas,
linhas, peço mais uma bica, e penso se devo ou não dar forma a este estado de espirito.
- Mas o querer estar ou não perante os factos que me são presentes é um querer ou não concretiza-los na mente, e o dizer que tudo o que se passa não é mais que pura criação do pensamento é o afirmar de que a sociedade é de tal modo materialista que o comportamento humano está afectado nos seus valores.
- A fala, que se entende como expressão do pensamento, é utilizada não como tal, mas como a nosso prazer, tornamo-la método de distorção da realidade.
- O sentir-se despercebido na sociedade e não na mentalidade das pessoas queria uma certa independência para enfrentá-la.
- Certas palavras a que pareço indiferente, mais tarde chamam-me à realidade!...
-Será ridículo negar que as “Almas Mortas” de Gogol me fazem sorrir?...
- O pensamento é uma realidade da qual só me apercebo quando o acto de pensar sai de mim e se torna parte influente na sociedade.
-Será que algo pode mudar todo este modo de pensar?...
-Sei que sim!..
-Simples, a realidade é o quotidiano do ser, necessariamente não é obrigatório alterar os valores do comportamento, apenas actualizá-los.
-E pensar actual, será que me diz alguma coisa!?...
-Um momento de reflexão e os valores da Universalidade do pensamento prevalecem inatingíveis.
-A todos os amigos e em especial para os Antigos alunos do ERO (fui estudante até à partida)
João Ramos Franco
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João Ramos Franco
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