




Ao trazer-vos mais este recorte de jornal o qual tem uma entrevista de Baptista Bastos a Luiz Pacheco, continuo a patilha do meu arquivo sobre escritor e amigo.
Deixo-vos entregues á leitura das palavras de Baptista Bastos no final da entrevista:
(Não se resume numa conversa em público a experiência condensada tantos e tantos anos de fome, de experiência, de esperança, deste homem que, talvez mais que qualquer outro que conheço, é um ponto de interrogação permanente. Deste homem que, por coragem e humildade, sempre se questionou para questionar o nosso miserável tempo português. Diz-me: (Olha, mais não: atingi o limite das minhas forças, que, já de si, são forças extremamente precárias.) Ouvi-lo falar sobre a pretensa beatitude de todos nós, da honra, da dignidade, da integridade. Lê-lo. Ler um escritor que sempre procurou a exposição pessoal para tentar dar uma solução, necessariamente individual, a todos os seus dilemas e perplexidades. Odiá-lo, fingir ignorá-lo, esquece-lo, fingir desconhecê-lo. Acaba-se sempre por atinar neste cartaz humano de subversão chamado Luiz Pacheco. Uma criatura imparável que sempre recusou beleguim de qualquer ditadura. Luiz Pacheco, por sinal meu amigo. Mas eu não acredito em Deus nem no Diabo)
Fotografias e texto do JL, pág. 10 e 11.