A minha foto
Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro
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terça-feira, 3 de abril de 2012

Escola da 1ª e 2ª Classe…

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Escola Primária junto à Policia de Trânsito


- Fiz uma pré-primaria até aos sete anos de idade, mais ou menos frente ao ERO edifício prédio do Crespo, davam aulas duas Professoras Primárias particulares, a D. Rosa e a sua filha Alicinha, onde fiz uma pré-primaria até aos sete anos de idade.
- O passar para a escola pública tem a ver com a educação paterna, pois os “meninos” da Cidade que iam para o ERO estudavam com elas até à 4ª Classe..
-A 1ª Escola Primária que frequento é junto à Policia de Trânsito, em frente ao portão Parque que dava acesso ao pinhal. Aqui, com o Professor Lalanda, fiz a 1ª e 2ª Classe.
Recordo o professor como uma homem exigente que gostava que os seus alunos estivessem sempre prontos a responder à matéria dada mas nada amigo de dar castigos.
- Umas Férias que não contava ter, por falecimento do Presidente da Republica (Marechal Carmona) e ver pintado numa parede o nome de Norton de Matos, são factos que hoje me dizem em que ano estava.


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segunda-feira, 26 de março de 2012

Chafariz da Estrada da Foz...

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Caldas da Rainha - Chafariz da Estrada da Foz


A 17 de Novembro de 1942 passou a ter mais um observador frequente. Da varanda da casa onde nasci, frente a ele, olhava-o sem ter conhecimento de que era um velho Chafariz e que jamais o iria esquecer.
Olho para fotografia e as imagens que guardo da minha mais tenra juventude, até à idade escolar, esvoaçam por entre seres que dependem da água que jorra da sua bica e o ponto de encontro do alguém que aproveita aquele momento em que enche as vasilhas para falar da sua vida…
Esta imagem que se perpétua na minha mente marca o meu conhecimento com a cidade onde nasci.

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domingo, 18 de março de 2012

Cine - Teatro Pinheiro Chagas

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Cine - Teatro Pinheiro Chagas


Após ter lido um artigo de Hermínio de Oliveira, publicado em Setembro de 2009 no Jornal das Caldas, para me esclarecer melhor sobre a origem do edifício como património histórico, o qual recomendo a leitura aos interessados na história da nossa Cidade.
- Vou então tentar recordar alguns dos filmes que lá vi, desde já vos chamo a atenção que aqui comecei a ver a 7ª Arte.
Sei que a primeira vez que lá entrei (que me recorde) não foi para ver cinema, mas sim o Orfeão Académico de Coimbra e o Orfeão do Liceu de Leiria, pela mão do meu pai, pois a minha idade seria uns 7 ou 8 anos.

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Recordações…"O Bolero" (Grupo da Rua Viriato)

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JÁ PUBLICADO NO BLOG A 18 DE MAIO DE 2009


Colocar a casa da Rua Viriato, como uma tertúlia dos escritores que mencionei, seria um abuso meu. Funcionava mais como entreposto entre a noite e a madrugada, comia-se, bebia-se, falava-se de temas diversos (normalmente os que à época mais nos preocupavam) e entretanto a madrugada chegava convidando-nos a sair de casa e partir para a cidade…
Passeava-se a pé por essa noite de Lisboa, conversando, como se não tivéssemos rumo, apenas parávamos, quando nos aparecia um Café ou uma Tasca, para meter mais uns copos…
Quase sem nos apercebermos, o sem rumo que tinha-mos, levava-nos a um Cabaret/Restaurante que nunca fechava, o Bolero.
Todos extractos sociais o frequentavam.
No rés-do-chão funcionava o Cabaret, no primeiro andar o Restaurante, tinha uma porta para rua que lhe dava acesso directo, mas nós nunca a utilizávamos.
Era como que gostasse-mos de quebrar de quebrar a conversa amena e devido ao som do conjunto musical começar a falar alto para nos ouvirmos…
À entrada na sala do lado esquerdo estava o conjunto musical, chefiado por pianista invisual, que pelo som nossa voz se apercebia da nossa chegada e nos dedicava a música que recordo no início.
Era este o rumo do passeio de todas as madrugadas…
João Ramos Franco

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Um ERO na Tropa e um Carnaval nos Pimpões

Em 1964 estava no Regimento de Infantaria 5 um Cabo Miliciano de nome João Ramos Franco


Sendo natural da cidade e estando de Sargento de Ronda à mesma no sexta-feira de Carnaval, não tinha muitas hipóteses de passar despercebido à hierarquia militar.

Vai daí, a única saída era o Bairro Além da Ponte, local que naquele tempo pouca malta da cidade frequentava e enfia-se com a Ronda no Baile dos Pimpões.
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Quando entrei, a malta não me reconheceu devido ao capacete militar, “torceram o nariz”, mas mal eu o tiro vem a festa: olha é João (o filho do Veterinário).
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Nesse tempo o Bar era logo à esquerda de quem entrava, eu assentei arraial logo aí, paguei uns copos aos Soldados que estavam de serviço comigo e disse:
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- Vão até à sala divertir-se, que fico aqui com estes amigos…
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- Nosso cabo Miliciano, as armas e o capacete? - perguntaram os Soldados.
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- Dêem cá isso, guarda-se atrás do balcão do Bar, estes amigos não se importam! -respondi eu, pedindo para me guardarem também a pistola.
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Dançaram-se meia-dúzia de músicas, beberam-se uns copos e ala para o quartel, que a última entrada era à 01h00…
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João Ramos Franco

C O M E N T Á R I O S no Blog do ERO
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Julinha disse...
Os dias vão passando e já lá vão 2 anos que conheci e comecei a contactar com o João R Franco. Sempre me pareceu uma boa pessoa...e vou confirmando isso mesmo, à medida que o tempo passa.
Naquela época, além de tentares festejar o Carnaval como te era possível, não esqueceste os soldados que te acompanhavam em serviço!
Quando comecei a ler, pensei....apanharam todos um castigo, esqueceram a hora de entrada. Enganei-me, o João, muito responsável, chegou a horas !E este Carnaval não vais aos Pimpões ? Que te divirtas....
Um abraço
Júlia
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Luís disse...
Os Pimpões eram realmente muito longe das Caldas, não eram? Lembro-me de lá ver pouca gente do E.R.O.
História engraçada e que mostra que a tropa nunca é para levar completamente a sério!!!
BOM CARNAVAL!
Luís
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Cachaça não é água

sábado, 28 de novembro de 2009

A Perturbação do Último Acontecimento






















Projecto (meu) de capa, para uma colectânea de obras do Luiz Pacheco

A Perturbação do Último Acontecimento

“A vida de uma pessoa consiste num conjunto de acontecimentos no qual o último poderia mesmo mudar o sentido de todo o conjunto, não porque conte mais do que os precedentes mas porque, uma vez incluídos na vida, os acontecimentos dispõem-se segundo uma ordem que não é cronológica mas que corresponde a uma arquitectura interna. Uma pessoa, por exemplo, lê na idade madura um livro importante para ela, que a faz dizer: "Como poderia viver sem o ter lido!" e ainda: "Que pena não o ter lido quando era jovem!". Pois bem, estas afirmações não fazem muito sentido, sobretudo a segunda, porque a partir do momento em que ela leu aquele livro, a sua vida torna-se a vida de uma pessoa que leu aquele livro, e pouco importa que o tenha lido cedo ou tarde, porque até a vida que precede a leitura assume agora uma forma marcada por aquela leitura.”

Italo Calvino in "Palomar"

O facto de no último post ter citado, “Luiz Pacheco – Exposição na Galeria da Biblioteca Nacional”, levou-me a reflectir como sou perante os acontecimentos, neste caso, que me são gratos. Não porque exista em mim uma falta de um sentir próprio pelo Luiz Pacheco, mas o sentir colectivo que levou a esta exposição, merecida para mim, nunca pensei que despertasse tão cedo.
João Ramos Franco

Fly Me To The Moon - Tony Bennett

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O Engano da Bondade






















- Viver com a Bondade como principio, tem sido lema meu, mas de momento reencontro-me com as palavras de Pablo Neruda e reparo que a realidade nos obriga a reflectir no modo e circunstâncias como a distribuímos…
JRF

O Engano da Bondade

Endureçamos a bondade, amigos. Ela também é bondosa, a cutilada que faz saltar a roedura e os bichos: também é bondosa a chama nas selvas incendiadas para que os arados bondosos fendam a terra.
Endureçamos a nossa bondade, amigos. Já não há pusilânime de olhos aguados e palavras brandas, já não há cretino de intenção subterrânea e gesto condescendente que não leve a bondade, por vós outorgada, como uma porta fechada a toda a penetração do nosso exame. Reparai que necessitamos que se chamem bons aos de coração recto, e aos não flexíveis e submissos.
Reparai que a palavra se vai tornando acolhedora das mais vis cumplicidades, e confessai que a bondade das vossas palavras foi sempre - ou quase sempre - mentirosa. Alguma vez temos de deixar de mentir, porque, no fim de contas, só de nós dependemos, e mortificamo-nos constantemente a sós com a nossa falsidade, vivendo assim encerrados em nós próprios entre as paredes da nossa estuta estupidez.
Os bons serão os que mais depressa se libertarem desta mentira pavorosa e souberem dizer a sua bondade endurecida contra todo aquele que a merecer. Bondade que se move, não com alguém, mas contra alguém. Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida.
E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reinvindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra.

Pablo Neruda in "Nasci para Nascer"

Edith Piaf L'Hymne à l'amour

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Passado como Base para o Presente















O Passado como Base para o Presente

O tempo, na sua marcha, utiliza e destrói o que é temporal. Também nele existe mais eternidade no passado que no presente. Valor da história efectivamente cumprida, semelhante à da recordação em Proust. Deste modo, o passado apresenta-nos qualquer coisa que é, simultaneamente, real e melhor que nós, e que pode empurrar-nos para cima, coisa que o futuro nunca faz.
Simone Weil in 'A Gravidade e a Graça'

O Presente…
A minha rotura com tudo o que li, não aconteceu, mas um certo modo de estar na vida, afastou-me do hábito de leitor atento…
A publicação de citações, funciona em mim como um recuperar da cultura que no quotidiano da vida fui deixando para trás.
O estar consciente de que determinados elos da corrente de pensamento estavam quebrados, leva-me a este exercício de revisão literária, para que possa reencontrar a estrutura de pensamento que fui criando.
O ter acompanhado com intelectuais, não fez mim um deles, mas ajudou-me a ter consciência das minhas limitações e mostrar-me apenas como alguém para quem o saber próprio tem de ser utilizado com humildade.
Todo o acumular de experiencia vivida faz-me olhar para o passado, ter a sensação de que algo se passou não como queria, o caminho percorrido não foi fácil, mas satisfaz-me ter hoje consciência de nada me alterar a essência do pensamento.
Assumir a realidade actual é uma necessidade que estimula o percurso que decidi tomar.
João Ramos Franco

Demis Roussos - Forever and Ever

domingo, 23 de agosto de 2009

Distante Melodia

















(ao que nessa noite recordámos…)

Num sonho d'Iris, morto a ouro e brasa,
Vem-me lembranças doutro Tempo azul
Que me oscilava entre véus de tule -
Um tempo esguio e leve, um tempo-Asa.

Então os meus sentidos eram côres,
Nasciam num jardim as minhas ansias,
Havia na minh'alma Outras distancias -
Distancias que o segui-las era flôres...

Caía Ouro se pensava Estrelas,
O luar batia sobre o meu alhear-me...
Noites-lagôas, como éreis belas
Sob terraços-liz de recordar-me!...

Idade acorde d'Inter sonho e Lua,
Onde as horas corriam sempre jade,
Onde a neblina era uma saudade,
E a luz - anseios de Princesa nua...

Balaústres de som, arcos de Amar,
Pontes de brilho, ogivas de perfume...
Dominio inexprimivel d'Ópio e lume
Que nunca mais, em côr, hei de habitar...

Tapêtes doutras Persias mais Oriente...
Cortinados de Chinas mais marfim...
Aureos Templos de ritos de setim...
Fontes correndo sombra, mansamente...

Zimbórios-panthéons de nostalgias...
Catedrais de ser-Eu por sobre o mar...
Escadas de honra, escadas só, ao ar...
Novas Byzancios-alma, outras Turquias...

Lembranças fluidas... cinza de brocado...
Irrealidade anil que em mim ondeia...
- Ao meu redór eu sou Rei exilado,
Vagabundo dum sonho de sereia...

Mário de Sá-Carneiro, in 'Indícios de Oiro'

Ni dieu ni maitre - Léo Ferré

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

FALEMOS DE POESIA




















Contemplo inutilmente a voz que surge
e é tão inútil como contemplá-la.
Inútil escrevê-la, dar-lhe a fala
mansa e provável com que procurá-la
por entre ecos urgentes e confusos.

Se eu próprio a escuto quando a vejo escrita
que só a entendo se me esqueço dela,
que sombras, que arvoredos à janela
o recordar ao recordar congela
como escolhidos, contemplados ecos?

Murmúrios vagos de amarguras nítidas
sem sonhos inconfessos nem paisagens
sem sonhos inconessos nem paisagens;
ciência certa de secretas viagens
pelo silêncio impuro de outras margens:
memórias são que pelo olhar se espelhem?

Ah não, nem o que vejo a mim me vê,
nem me é visão distante o que conheço.
E o próprio contemplar que, escrito, esqueço,
acaso é de outro acaso com que teço,
inútil, um sentido em quem me lê.

JORGE DE SENA

jacques brel je ne sais pas

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eu e a musica para esta Fotografia…

O som das armas na guerra com que abre e depois o som do Tango, um símbolo da boémia, são o retrato da vida que vivi enquanto enverguei esta farda. Viver o máximo num dia e talvez morrer no dia seguinte... o Tango dos Barbudos






















Tango dos Barbudos

domingo, 26 de julho de 2009

Eu e Luiz Pacheco e o João Franco cineasta






















Quando o Luiz Pacheco nos fala da existência de dois João Franco, está retratar “Alguns Marginais e outros Mais” e tinha que obviamente separar os dois nomes porque qualquer deles poderia ter ido buscar os personagens do filme “O Recado”, ambos convivíamos com eles.
O Luiz sabe-o, o João Franco cineasta é meu primo e frequentava a casa da Rua Viriato quando ele, quanto aos personagens do Filme, o Bringela, habitava lá e era como funcionário da minha confiança para tomar conta da casa, o Álvaro e o Xico Btretz, apareciam muitas vezes para comer e beber uns copos.
Na medida em que dois João Franco são amigos e companheiros, e os personagens de “O Recado” acompanham na vida ambos, o Luiz tinha desatar um nó, o nome e fê-lo utilizando os cognomes.
Tudo poderia ficar por aqui se o Luiz Pacheco, no texto que eu passo transcrever, não falasse da existência dos dois João:
…A ideia que o João Franco cineasta, de cognome “o Bom”, para nada de confusões com o homónimo “o Facas”, de ir buscar, em vez de canastrões profissionais, figuras com cara de gente: o Álvaro, Xico Brets, o Bringela. Não fosse o realizador de “O Recado” o nabo que é e o filme já tinha outra aura. Lá fora e Cá Dentro….
Luiz Pacheco - Textos de Guerrilha - pág. 33

Todos os companheiros da Rua Viriato sabiam qual tinha sido a minha especialidade na guerra do ultramar, (explosivos, minas, armadilhas e sabotagem) e em cima da papeleira dormia a faca de mato (como fantasma desse passado). O facto do meu cognome de o Facas é real e foi devido a um bufo (do qual fui avisado pelo capitão, comandante da esquadra do Matadouro, que era meu amigo. Proibi-o entrar lá em casa, até porque devido a ele já lá tinha estado o piquete da PSP e tínhamos sido todos identificados e não foi pior porque o subchefe me reconheceu como amigo do comandante.
Uma noite, misturado entre malta conhecida do Café Montecarlo, ele surge à porta da sala e eu atirei a faca de mato, espetando-a na madeira da porta perto da orelha do bufo… Penso que todos ficam esclarecidos sobre o meu cognome de João Franco (o Facas), é verdade que naquele tempo (1968) ninguém punha em duvida que se um Bufo, tentasse entrar no nosso meio, e fosse detectado, eu o atacava…

Entre as muitas histórias que se passam durante a rodagem do Filme há uma de que nunca me esqueço, o Luiz Pacheco também estava incluído nos personagens, só que de repente desapareceu, tiveram de ir buscar o actor José Viana para o substituir.
João Ramos Franco

Mes emmerdes - Charles Aznavour

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A face da biblioteca Paterna…






















Manuel Silvestre Ramos Franco
Três anos estudante de Medicina Humana, um de Farmácia e formou-se em Medicina Veterinária. Estagiou no Instituto Pasteur Paris em Lisboa onde contribuiu para a fundação da Secção de Veterinária em Portugal. É convidado a ir para a sede em Paris de onde é nomeado para Espanha com instruções para abrir a Secção de Veterinária em Madrid, não o consegue devido à Guerra Civil. Apresenta Tese em Medecina Veterinaria Tropical.
Em 1939, a Câmara Municipal Caldas da Rainha, abre uma vaga para Médico Veterinário Municipal, que vem a ser ocupada por o meu Pai até 11 de Março de 1967, data em que faleceu.
Do Livro de Queima das Fitas, retiro o poema, com que os colegas o retratam:

A multidão ulula, agita-se fremente…
Já se quebrou um banco,
Desordem, confusão…mas milagrosamente,
Faz-se calma e silencio…ergueu-se o Ramos Franco!

Ergueu-se, ergueu-se, e na amplidão da sala,
Campeia a sua voz, e tudo mais se cala…

E dá conselhos bons, sensatos, paternais.
Como quem viveu setenta carnavais…

Quatro terços da sua actividade,
Da sua força viva…
Consagra-os com fervor e sem vaidade,
À vida associativa…

Suas acções são sempre reguladas
Por rectilíneas pautas,
Mas quero aqui deixar sobre-avisadas
As donzelas incautas,

Pois muito embora êle seja bom rapaz,
Lembrai-vos do rifão:
«Bem prega Frei Tomaz…»
…E fexai bem à chave o coração…

Uma das músicas que gostava…
John Williams - Rodrigo Concerto De Aranjuez

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Gente Normal Precisa-se...















Podem acreditar que ao ler estas palavras fiquei a tentar encontrar um sentido abrangente das mesmas na nossa sociedade, não porque estivessem fora de contexto quando as li, mas porque o sentido lato das mesmas é relativo para cada um nós.
João Ramos Franco

«Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas ideias que tremo, com minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstracto
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo de ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!
Cárcere do ser, não há libertação de ti?
Cárcere do pensar não há libertação de ti?
Ah, não, nenhuma, nem morte nem vida nem Deus!
Nós, irmãos gémeos do Destino em ambos existirmos,
Nós irmãos gémeos dos Deuses todos de toda a espécie,
Em sermos o mesmo abismo, em sermos a mesma sombra,
Sombra sejamos ou sejamos luz, sempre a mesma noite.»
Fernando Pessoa

Ces gens-là - Jacques Brel

domingo, 19 de julho de 2009

Caminhando…

















Não conhecia este caminho quando me propus a percorre-lo, estava ali e era o único a seguir, já há décadas que o piso, indiferente de onde me leva, no entanto sinto que tive a sorte de não ser o pior,,,
O percurso é sinuoso mas a consciência do que tenho que percorrer não é alterada. Curvas e obstáculos, observo-os e cautelosamente, sem ter em conta o tempo que demoro, vou prosseguindo, observando com atenção, não me vá aparecer mais à frente igual e me apanhe desprevenido.
João Ramos Franco

My Way

sábado, 20 de junho de 2009

No Jardim da minha juventude














Pérgula, Parque Rainha D Leonor

No Jardim da minha juventude…

Baloicei,
Fui ciclista
E até hoquista.
Em frente ao Parque Infantil, na barraca do Alfarrabista
Comprei o primeiro livro
Foi Aventuras do Menino Tonecas.
Fui Tarzan no pinhal
E pirata no Lago
E o primeiro amor também lá está..

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ser politicamente correcto!?...


















Metamorfose

Quem ao 25 de Abril de 1974 já tinha 32 anos de idade e era militante das Bases do Partido Socialista, tem na memória uma série de recordações.
Tenho duas opções, ou conto-as ou torno-me num observador, quase que mudo, em que devido à experiência vivida, no momento de crise que atravessamos, prefere optar por palavras não contundentes e acusações a personagens de outros Partidos.
Mas neste momento assiste-se, a uma telenovela politica, com personagens à direita do PS e que actualmente reúnem com um Senhor militante de um partido de esquerda e Secretário-geral de uma Central Sindical, que enquanto governantes sempre desprezaram.
Desculpem a citação deste caso, mas isto é novo, parece-me nunca ter acontecido…
Mas claro, como em todas as telenovelas, isto é só o primeiro capitulo…
Por acaso não há por aí alguém saiba o fim disto.

Et maintenant (Original) - Gilbert Bécaud

domingo, 3 de maio de 2009

O Ponto…













Eu, visto por Victor Palla

O ponto surge na folha de papel, ainda em branco, quando começo a escrever.
É estranho, ainda nada escrevi e já lá tenho o ponto…
Qual a razão de estar o ponto no papel onde vou escrever?!...
Que se lixe, algum dia ele me dirá porque lá está. Mas tem a sua piada, escrevo sempre respeitando-o, o texto rodeia-o com o cuidado de não o pisar e ele saltitante vai aparecendo sempre, mostrando-se, gozando-me e dizendo:
- Eu agora estou aqui…
- Sim estás, eu vejo-te. Aqui és um sinal ortográfico e nada mais.
- Tens a certeza?... Eu já cá estava quando começaste a escrever.
- Sim e então, não deixas de ser sinal ortográfico aparecendo como: ponto, ponto e virgula, ponto exclamação, ponto interrogação ou até dois pontos.
- Não te interessa saber o porquê de te aparecer quando ainda nem começaste a escrever?
- Bem, se eu te vejo, claro que interessa.
- Tu sabes, mas talvez tenhas esquecido um certo sentido que possuo. Não estou lá por acaso, pretendo a atenção da tua memória e o ponto que tu vês é como uma chamada, ao princípio de escrever cada recordação…
João Ramos Franco

Charles Aznavour - Il faut savoir

sábado, 2 de maio de 2009

Em busca da forma…













Eu, visto por Victor Palla

A Forma Justa

Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo•

Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas

Bloger, comentador e colaborador!?...

- À noite, quando me deito, a fluência de recordações é de tal modo, que fico entre o levantar-me da cama e sentar-me ao computador a escrever ou fazer o exercício de desligar o Cérbero e tentar adormecer…
- Sei que a opção certa seria levantar-me da cama e escrever e não deixar fugir as recordações que estão vivas no momento…
Quando comecei a escrever, pareceu-me que seria fácil, com a fertilidade de memórias vividas, agarrar nelas e transpô-las para aqui. Mas ao recordar o meu passado, tenho consciência que a sociedade durante muitos anos me viu como um Playboy, dando uma imagem deturpada da que vivia na realidade, actuando isto, sem eu encontrar razão, no que tenho em mente escrever…
- È como se a realidade luz do dia, me parasse o recordar…
- Comentar é um acto de escrever de imediato, o que de repente surge escrito noutros blogues, tem o efeito de me desviar do que tinha em memória para escrever e coloca na minha mente noutro assunto. Mas tudo isto acaba por ser gratificante em mim, o João comentador, pode tirar proveito dos seus comentários pois por algumas vezes eles actuam como geradores de troca de modos pensar.
- Por outro lado posso manter um contexto de intervenção em que tudo o que aqui publico me está ligado mas com um sentido desconhecido para quem o lê, vê ou ouve. O Eu protagonista, pela sua explicação na psicologia de contactos, não se enquadra no meu modo de estar em sociedade, sinto que existe em mim mas qb, para que não o utilize em excesso.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

O do dia do trabalhador e o Sindicalismo


















1º de Maio de 1974

Como em 1972 eu e o Álvaro Rana, fomos despedidos sem justa causa, dos Laboratórios onde trabalhávamos, como Delegados de Informação médica, e apenas soubemos por alguns colegas que era devido a ambos frequentarmos assiduamente o Sindicato, deixo-vos este texto para refelexão…

O do dia do trabalhador e o Sindicalismo

No dia 1º de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários.

Mas os trabalhadores não se deixaram abater, todos achavam que eram demais as horas diárias de trabalho, por isso, no dia 5 de Maio de 1886, quatro dias depois da reivindicação de Chicago, os operários voltaram às ruas e foram novamente reprimidos: 8 líderes presos, 4 trabalhadores executados e 3 condenados a prisão perpétua.
Foi este o resultado desta segunda manifestação.
A luta não parou e a solidariedade internacional pressionou o governo americano a anular o falso julgamento e a elaborar novo júri, em 1888. Os membros que constituíam o júri reconheceram a inocência dos trabalhadores, culparam o Estado americano e ordenaram que soltassem os 3 presos.
Em 1889 o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores, um dia de luto e de luta. E, em 1890, os trabalhadores americanos conquistaram a jornada de trabalho de oito horas.


O que é sindicalismo

1ª Parte
ORIGENS, EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS SINDICATOS
O advento do capitalismo e o papel dos sindicatos
A sociedade capitalista encontrou em meados do século XVIII plenas condições para a sua expansão. O intenso desenvolvimento das máquinas, substituindo a produção artesanal e manufactureira, consolidou o capitalismo, que agora ingressava na fase industrial. O sindicato surge da união dos trabalhadores que visa reverter a desigualdade de forças existente na relação patrão X empregado.
Presentemente os sindicatos são instituições reconhecidas e sua acção é admitida como facto de regulamentação e fiscalização dos salários, da jornada de trabalho e da legislação social.

O nascimento do sindicalismo e das lutas operárias: os trade-unions
- Lei votada em 1824 pelo Parlamento inglês garantiu a livre associação aos operários. Antes este direito era restrito às classes dominantes.
- Trade-unions significam uniões sindicais: As trade-unions passaram então a fixar os salários para toda a categoria, evitando com isso que o operário actuasse isoladamente na luta por melhores salários. Passaram também a regulamentar o salário em função do lucro, obtendo aumentos que acompanhavam a produtividade industrial e nivelando-se a toda categoria.
- Em 1830 se constitui uma associação geral dos operários ingleses: a Associação Nacional para a Protecção do Trabalho, que tinha o objectivo de actuar como central de todos os sindicatos.

A evolução do sindicalismo e suas várias concepções: trade-unionista, anarquista, reformista, cristã, corporativista e comunista.
1) O trade-unionismo aspirava a reivindicações predominantemente económicas.
2) Os sindicalistas revolucionários acreditavam que somente a greve geral poderia levar à transformação radical da sociedade. (Principais teóricos da corrente do sindicalismo revolucionário: o francês Georges Sorel e o italiano Arturo Labriola). Os sindicalistas anarquistas, coincidindo com os sindicalistas revolucionários, também negavam violentamente a luta política e enfatizavam a importância e a exclusividade dos sindicatos no processo de emancipação da sociedade. (Principais teóricos: Bakunin, Proudhon, Kropotkin e Malatesta.)
O sindicalismo revolucionário e o anarquismo rechaçavam de antemão a necessidade de luta política, inclusive aquela efectuada no parlamento, e negava qualquer forma de organização partidária.
3) A corrente reformista, com origem no trade-unionismo inglês, se opõe à actuação revolucionária do proletariado. Pretende uma simples melhora da situação dos trabalhadores.
4) O sindicalismo cristão se inspira na encíclica Rerum Novarum de Leão XIII, de 1891. Atribui ao capitalismo a necessidade de desenvolver sua função social, tornando-o um sistema justo e equitativo.
5) O corporativismo nasce nas primeiras décadas do século XX, durante a vigência do fascismo. Em 1927 Mussolini decretou a Carta del Lavoro, que organizou os sindicatos italianos nos moldes corporativistas: as corporações tornaram-se subordinadas e dependentes do Estado fascista.
6) A concepção comunista de sindicalismo trata da importância da actuação dos sindicatos para transformar a luta sindical numa luta mais ampla pelo fim do sistema capitalista.
A luta pela unicidade sindical
A luta pela unicidade sindical tem sido, desde os primeiros tempos, uma luta incansável dos trabalhadores visando o seu fortalecimento e união contra os interesses patronais. Também não é recente o interesse dos capitalistas e falsos representantes dos trabalhadores em dividir de todas as formas o sindicalismo, visando com isso seu enfraquecimento. Quando se propõe o pluralismo sindical está-se diante de uma tentativa concreta de gerar o divisionismo no seio da classe operária e da sua luta sindical. Em vez de fortalecer o sindicato único, cria vários pequenos sindicatos. O princípio da unicidade sindical evita a divisão e o consequente enfraquecimento do movimento sindical que, apesar da existência de várias tendências que actuam dentro do sindicato, vê garantida a existência de um único sindicato por categoria.