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quinta-feira, 26 de março de 2009

o "espírito do Blog" ERO de que fala o João Serra

















GIL VICENTE Todo O Mundo e Ninguém
António José Lopes, Vasco Henriques, Professor J M Rosa Bruno, José João Caldas Lopes


Telefonou-me há pouco a Mila, grata e comovida pelos inúmeros comentários ao seu texto. Uma colega com setenta anos que se dispõe a escrever tudo isto merece ser incentivada.
É destas reacções, deste diálogo, que nasce o "espírito do Blog" de que fala o João Serra. Obrigado, mais uma vez, por contribuíres para esse espírito.
Abraço
JJ

Após ter lido todos os comentários ao texto da Mila e recebido este email do João Jales, o qual agradeço, ler e reflectir foi uma opção imediata…Seria que relendo algo que falasse de Consciência/mente, encontraria uma resposta?...

A obra de António Damásio é uma das minhas companheiras e O Sentimento de Si, é talvez onde mais gosto de encontrar resposta ao meu reflectir:

…….Neste pano de fundo a minha posição consiste em admitir que o problema da consciência existe, e que não foi ainda esclarecido; que pode ser dividido por partes; que pode haver consenso ou relação a estas partes;…..
……O termo a mente, tal como o utilizo neste livro, engloba operações conscientes e não conscientes. Refere-se a um processo e não a uma coisa. O que nós conhecemos por mente, com a ajuda da consciência, é um fluxo contínuo de padrões mentais, muitos dos quais acabam por estar logicamente inter-relacionados. O fluxo move-se para frente no tempo, depressa ou devagar, ordeira ou sobressaltadamente, e, em certas ocasiões, põe em movimento não apenas uma sequência mas várias. Por vezes, as sequências são concomitantes, por vezes convergentes, por vezes sobrepostas. O termo que costumo usar como sinónimo de padrões é imagens. ….
O Sentimento de Si – António Damásio – pág. 384 – Publicações Europa América

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Ser e a eterna busca…



















Após umas horas passadas a recordar memórias da Rua Viriato com o João Serra, sinto necessidade de fundamentar, (perante mim) o modo como me exprimi na nossa conversa, reflectir e encontrar a razão do que disse e tentar decifrar as minhas palavras…
Como é natural, em mim, a busca de explicação vai para a envolvente Social e Filosófica.

Depois de ter relido, Estudos de Filosofia Antiga por F. M. Cornford, (Sócrates, Platão e Aristóteles), resolvi ir á minha estante, tirar o livro que mostro, e procurar nele um texto sobre Emoção e Sentimento em que António Damásio nos transporta até ao pensamento de Aristóteles e em que encontro um certo sentido nas palavras que disse:

…..Permitam-me que encerre este comentário sobre indutores de emoção com uma nota sobre um aspecto traiçoeiro do processo indutivo. Até agora referi-me a indutores directos: trovoadas, cobras, memórias felizes. Porem as emoções podem ser induzidas indirectamente e indutor pode produzir o seu resultado de uma forma de certo modo negativa, bloqueando o desenvolvimento de emoção em curso….
….. O indutor da zanga não é a expectativa da comida ou do sexo, mas sim o impedimento do comportamento que conduzia o animal para o consumar da boa expectativa. Um outro exemplo seria a suspensão súbita de uma situação de castigo – por exemplo de dor continuada – o que induziria bem-estar e até alegria, O efeito purificador, catártico, que, segundo Aristóteles, deveria fazer parte de todas as grandes tragédias baseia-se na suspensão súbita de um estado de medo e pena até aí mantidos sem quartel. Muito tempo depois de Aristóteles, Alfred Hitchcock construiu uma brilhante carreira baseada neste simples arranjo biológico e Hollywood nunca mais deixou de nele apostar….
…..No que diz respeito à emoção , não temos maneira de escapar à armadilha que a natureza nos preparou. Caímos nela à ida ou apanhamo-la à vinda. ….
Texto retirado de O Sentimento de Si – Emoção e Sentimento – de António Damásio, pág. 80 e 81.