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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Ser e a eterna busca…



















Após umas horas passadas a recordar memórias da Rua Viriato com o João Serra, sinto necessidade de fundamentar, (perante mim) o modo como me exprimi na nossa conversa, reflectir e encontrar a razão do que disse e tentar decifrar as minhas palavras…
Como é natural, em mim, a busca de explicação vai para a envolvente Social e Filosófica.

Depois de ter relido, Estudos de Filosofia Antiga por F. M. Cornford, (Sócrates, Platão e Aristóteles), resolvi ir á minha estante, tirar o livro que mostro, e procurar nele um texto sobre Emoção e Sentimento em que António Damásio nos transporta até ao pensamento de Aristóteles e em que encontro um certo sentido nas palavras que disse:

…..Permitam-me que encerre este comentário sobre indutores de emoção com uma nota sobre um aspecto traiçoeiro do processo indutivo. Até agora referi-me a indutores directos: trovoadas, cobras, memórias felizes. Porem as emoções podem ser induzidas indirectamente e indutor pode produzir o seu resultado de uma forma de certo modo negativa, bloqueando o desenvolvimento de emoção em curso….
….. O indutor da zanga não é a expectativa da comida ou do sexo, mas sim o impedimento do comportamento que conduzia o animal para o consumar da boa expectativa. Um outro exemplo seria a suspensão súbita de uma situação de castigo – por exemplo de dor continuada – o que induziria bem-estar e até alegria, O efeito purificador, catártico, que, segundo Aristóteles, deveria fazer parte de todas as grandes tragédias baseia-se na suspensão súbita de um estado de medo e pena até aí mantidos sem quartel. Muito tempo depois de Aristóteles, Alfred Hitchcock construiu uma brilhante carreira baseada neste simples arranjo biológico e Hollywood nunca mais deixou de nele apostar….
…..No que diz respeito à emoção , não temos maneira de escapar à armadilha que a natureza nos preparou. Caímos nela à ida ou apanhamo-la à vinda. ….
Texto retirado de O Sentimento de Si – Emoção e Sentimento – de António Damásio, pág. 80 e 81.

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