sábado, 17 de outubro de 2009
Exactidão
Nasci na Estrada para Foz do Arelho, nº 9 (em frente ao Chafariz), este era um local de passagem diário na minha juventude.
Exactidão
Levam as frases sentido
que uma cadência lhes dá:
sentido do não-vivido
a que fica reduzido
o que, escolhido, não há.
Do imo do poder ser,
onde o não-sido se arrasta,
ouvi cadências crescer:
vaga música de ter,
na vida, quanto não basta -
quanto um sentido se entenda,
que nem verdade ou mentira.
(Que o que dele se aprenda
é como cobarde venda
para que a luz nos não fira.
Luz sem luz, brilho da treva
que tudo no fundo é;
e a certeza que se eleva
do fundo da própria treva,
de exacta que seja, é.)
Levam justiça consigo
as palavras que dissermos.
Por quanto sentido antigo,
nelas ficou por castigo
o futuro que tivermos.
Levam as frases sentido
que uma cadência lhes dá.
É justo, injusto - o escolhido?
Como quereis que, vivido,
ele não seja o que será?
Jorge de Sena, in 'Post-Scriptum'
Charles Aznavour-Il faut savoir
Publicada por
João Ramos Franco
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2 comentários:
Pois fique sabendo, João Ramos Franco, que o "local de passagem diário" da sua juventude, ali mesmo por trás da estátua da rainha, foi o local onde eu nasci
(1957), vivi até aos dezoito anos,e ainda vivo, até certo ponto, sempre que lá vou, pois a minha mãe continua a morar na mesma casa.
Largo Conde de Fontalva, nº 7.
Não me estou a enganar! O Largo da Rainha D. Leonor é o do Hospital Termal, antigo Largo da Copa!
- Isabel Xavier -
Excelente imagem.
Além da Isabel morou aqui, mais precisamente na casa com jardim que faz esquina, a Nami.
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