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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

sábado, 9 de junho de 2012

Sou um Português que sente...Penso logo Existo


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Celebra-se a 10 de Junho, data da morte do poeta Luís Vaz de Camões, além do dia do poeta autor de “Os Lusíadas”, o Dia de Portugal e também das Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo.

Camões representa o génio da pátria e da língua portuguesa, sobretudo devido à forma esplendorosa como descreveu a História dos Portugueses n’ Os Lusíadas.

Nesta comemoração alia-se a portugalidade com o génio do poeta e com o espírito aventureiro dos portugueses, que, tal como nos tempos da expansão marítima, de grandiosidade portuguesa, em que Portugal “deu mundos ao mundo”, continuam espalhados pelos vários continentes, levando consigo o saber, a língua, a cultura e as raízes nacionais. Esses portugueses “dos quatro cantos do mundo” são deveras importantes para a expansão da importância de Portugal, daí a justiça da associação das Comunidades Portuguesas ao feriado que comemora o dia de Portugal e de Camões.

O ler das palavras que explicam a data que se celebra colocaram-me no momento actual a reler o 'Discurso do Método'… a dúvida metódica está presente…sou um Português que sente.

Penso, logo Existo

De há muito tinha notado que, pelo que respeita à conduta, é necessário algumas vezes seguir como indubitáveis opiniões que sabemos serem muito incertas, (...). Mas, agora que resolvera dedicar-me apenas à descoberta da verdade, pensei que era necessário proceder exactamente ao contrário, e rejeitar, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, não ficaria qualquer coisa nas minhas opiniões que fosse inteiramente indubitável.

Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis supor que nada há que seja tal como eles o fazem imaginar. E porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples temas de geometria, e neles cometem paralogismos, rejeitei como falsas, visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de que até então me servira nas demonstrações. Finalmente, considerando que os pensamentos que temos quando acordados nos podem ocorrer também quando dormimos, sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor que tudo o que até então encontrara acolhimento no meu espírito não era mais verdadeiro que as ilusões dos meus sonhos. Mas, logo em seguida, notei que, enquanto assim queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessáriamente era alguma coisa. E notando esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava.

René Descartes, in 'Discurso do Método'


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