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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ao Ferreira da Silva na Homenagem















Ferreira da Silva no teu modo de pensar nunca pautaste por a marca do seres mais velho. Eu sou testemunha viva de uma de geração, mais nova de Caldas da Rainha, que teve a sorte de privar contigo e que sentiu nas tuas palavras a força para ir mais longe.
- O José Maria Sales Henriques (desculpa eu falar por ele) já só está presente na memória dos amigos, com quem partilhaste o teu conhecimento encaminhando no aprender a arte de pintor e junto ti em Paris continuou, e eu, sentado no Café Central rabiscava numa sebenta, poesia, prosa e riscos (chamavas-lhe desenho), a que só tu davas valor, o impulso de quem queria que o pouco que o estudante sabia, fosse mais longe. Tiravas-me a sebenta para mostrar aos outros amigos, como se naquilo que fazia existisse algo que devia ser público. Eu, envergonhado, sabendo que na sebenta estava o meu pensar, o resultado intimo de quem muito lia, ávido do saber, mas que nada ainda nada estava certo. Eu e José Maria Sales Henriques era-mos, de entre os estudantes do ERO, de uma geração os que mais privaram contigo e quem deste a tua amizade.
As tuas palavras sentidas para nós: Não bebam tanto!...
Eram o conselho do amigo, mais velho, que já conhecia a vida, ditas como quem sabe que não iam ser ouvidas…
Sabes, Ferreira da Silva, ainda hoje recordo, quando à noite íamos a Alfeizerão ao Pão de Ló, horas passadas a ouvir musica na máquina de Discos, tantas outros momentos de nós, em que a tua companhia e as tuas palavras perduram ainda na minha mente.
Para mim, a homenagem será permanente.
Bem mereces a Homenagem que Caldas da Rainha te presta

João Ramos Franco

3 comentários:

Anónimo disse...

O Pensamento é o ponto de reunião dos poetas, dos pintores, dos historiadores, enfim...dos pensadores!
MV

Margarida Araújo disse...

Lembro dessa máquina de discos, como se fosse hoje, por uma moeda, carregar no botão da música escolhida, o braço que ia buscar o "single", por no prato e a agulha a ser fio condutor da música. Fascinante.
Do Ferreira da Silva tudo o disseste, tudo o que vivi com ele, desde criança, paixão comum partilha, estudiosa da sua obra. No Domingo gostei de estar com ele e ver a casa cheia. Gostei de poder apresentar, juntamente com o João Serra, uma pequena síntese do trabalho do "Mano".
Do José Maria Sales Henriques a recordação de um magnífico retrato do Luis Barreto e o esgrafitado com figura de mulher no Inferno da Azenha. Lembras-te?

João Ramos Franco disse...

Sabes, Margarida, nunca estou só. Os meus amigos, os bons tempos que passei junto a eles completam um todo em mim, são memórias vivas.
A Amizade é um princípio de como vivo e também o fim para vivo …
João Ramos Franco