terça-feira, 7 de abril de 2009
Stan Laurel e Oliver Hardy
Agora é a vez de Stan Laurel e Oliver Hardy, a impagável dupla O Bucha e o Estica, como ficaram conhecidos em Portugal. Consta que juntos fizeram 99 filmes, boa parte deles já com som. Recordo que vi muitos filmes deles, mas 99 é muito, a não ser que contasse com os que vi mais que uma vez…
Os filmes da dupla O Bucha e o Estica eram na minha juventude uma das nossas comédias preferidas.
Ofereço aqui uma resenha das vidas e trabalhos de Stan Laurel e Oliver Hardy, de autoria de Geraldo Azevedo, encontrada na Internet.
O inglês Stan Laurel (o Magro) e o americano Oliver Hardy (o Gordo) se juntaram em 1927, e assim como os Três Patetas, são até hoje reconhecidos pelo seu humor simples e ingênuo. Stan e Olie são verdadeiros quadrinhos filmados.
Nascido em julho de 1890; filho de um casal de atores o jovem Arthur Stanley Jefferson; mais tarde Stan Laurel, logo se interessou pela arte de representar entrando para o teatro. Na década de 10 chegou aos E.U.A na companhia teatral de Fred Karno fazendo dupla com nada mais, nada menos do com que Charlie Chaplin. Entre 1920 e 1925 realiza uma série de comédias mudas para a Universal Pictures até que em 26 é contratado pelo estúdios de Hal Roach tornando-se uma presença constante nas comédias do referido estúdio. Em 1927 forma a imortal dupla com o gordo Hardy.
Nascido em 1892 Oliver Norville Hardy , era filho de um famoso advogado do estado da Geórgia. Aos 8 anos de idade já cantava em apresentações de família e por influência do pai, estudou Direito. Mas, em 1913 apaixonou-se pelo cinema e virou ator. Em 1917 Olie e Stan têm seu primeiro contato na tela grande num curta em que Stan é um vendedor de livros e Olie um bandido que o molesta.
Diferentemente de Laurel que só fez comédias, Hardy chegou a fazer papeis dramáticos; mas devido a sua figura bonachona passou a fazer tipos cômicos. Em 1927 a célebre dupla é constituída no filme “Duck Soup”. Ao contrário de outros comediantes que tiveram suas carreiras destruídas com o advento do cinema sonoro, (entre eles, o genial Buster Keaton) o humor de Laurel e Hardy se adaptou perfeitamente nas películas faladas. (Chaplin só realizaria seu primeiro filme parcialmente falado em 36, “Tempos Modernos!”).
Em 1929 realizaram algumas comédias que embora mudas, já contam com ruídos e sons. Ainda em 29 , O Gordo e o Magro fazem o primeiro filme falado: “Unaccostomed as We Ware”, que seria refilmado em 38 como “Blockheads”, “A Ceia dos Veteranos.” O curioso é que o filme de 29 tem uma cópia muda de 18 minutos e outra falada de 21 minutos. Até a década de 70 só existia a versão muda (não me perguntem por quê!).
Em 1931 Laurel e Hardy estreiam num longa- metragem: “Perdão para Dois” (Pardom Us). O comediante escocês James Finlayson; que participou de boa parte dos filmes de Olie e Stan faz uma ponta impagável como professor do presídio e Boris Karloff , futuro Frankestein do cinema aparece numa participação como presidiário.
Os sucessos se sucedem: “Dois Trapalhões bem Intencionados” (1932), “Fra Diavolo”, e “Filhos do Deserto”(1933), “Dois Caipiras Ladinos”(1937). “Filhos do Deserto”, fez tanto sucesso que virou nome de um fã – clube famoso da dupla nos E.U.A.
Na vida pessoal, porém, brigavam muito! Laurel, o gênio da dupla; ficava até altas horas da noite dentro de estúdios bolando “gags”, enquanto Hardy só queria saber de seu hooby predilecto: jogar golfe. As relações de Laurel com o produtor Roach também azedaram. Com isso, o contrato dos dois termina em 38 e o Bucha faz um filme sem o Estica: “Zenóbia”. Hardy tenta fazer sem sucesso uma dupla com o antigo comediante do cinema mudo, Harry Langdon (fisicamente parecido com Laurel). Ainda em 38, voltariam a filmar no já citado “A Ceia dos Veteranos”. Na historia, O Estica passa 20 anos num forte sem saber que havia terminado a Primeira Guerra. O Bucha o leva para a casa, e aí, Stan consegue destruir o apartamento e o casamento do amigo.
Em 40, rodam os dois últimos filmes da fase de ouro da Metro: “Dois Palermas em Oxford”(“A Chump at Oxford”) e “Dois Marujos Improvisados”(“Saps at Sea”). No primeiro, o Estica é confundido com um nobre inglês e no segundo, o Bucha com uma crise nervosa por trabalhar numa fábrica de buzinas, vai com o Estica passear num barco, e lá se envolvem com um perigoso bandido.
Em 41, assinam contrato com a Fox. Os filmes da Fox eram tecnicamente mais bem produzidos, porém não tinham o charme dos da Metro. São desta fase, “Ladrão que Rouba Ladrão”,(1943), “A Bomba” (1944) e “Os Toureiros” (1945).
Com Hollywood fechando as portas para eles, só voltariam a filmar cinco anos depois. Em 1950 fariam a fracassada produção “Atol K”. Como não conseguiriam distribuidor norte-americano, o jeito foi uma produtora italiana distribuir o filme. Por causa disso, a película teve outro título “Utopia”. No Brasil chamou-se “No Paraíso dos Malandros".
Em 56, o produtor Hal Roach Jr. teve a idéia de fazer uma série do Gordo e o Magro para a TV. Infelizmente, não pôde ser posta em prática pois Hardy, o Gordo faleceu em 07 de agosto de 1957 de complicações cardíacas. Com a morte de Hardy, Laurel se retira do cinema. Em 60, ele é homenageado por Hollywood com um Oscar por sua contribuição à comédia norte-americana. No ano seguinte, outra homenagem: a de seu “fã de carteirinha”, Jerry Lewis. Um dos primeiros filme dirigidos e interpretados por Lewis “O Mensageiro Trapalhão” é inspirado em Stan Laurel. O Estica, Laurel morreu de um ataque cardíaco em 23 de fevereiro de 1965.
Um feliz matrimónio de contraste. Ou a perfeita versão de um relacionamento imaturo entre um pai soberbo e um filho atarantado. Assim foram, durante os 96 filmes que fizeram juntos de 1927 a 1951, o inglês Stan Laurel (1890-1965) e o americano Oliver Hardy (1892-1957).Para cultivar como poucos a arte da catástrofe calculada, preservaram imperturbável fidelidade a um estilo, com truques de pantomima que se repetiam infinitamente sem perder a limpidez e a graça originais.
O Laurel, cara de bebê chorão, sempre retocado por melancólico ar de culpabilidade, efeito de suas impávidas tolices, era a criança indefesa, protegida pela prodigiosa obesidade de Hardy, cujas mesuras cavalheirescas e fidalgo semblantes ficavam em hilariante desacordo com seu porte paquidérmico. Invariavelmente às trapalhadas de Laurel, Hardy reagia encarando a câmara com um olhar de suplicante resignação, substituído por uma colérica revolta se de súbito seu protegido revelasse uma sapiência que lhe feria o orgulho. Essa fusão magnífica de imagens e têmperas paradoxais, no entanto, não mereceu em seu tempo a justa consagração, - que só veio postumamente, nos anos 60, quando floresceu entre os americanos uma idolatria de invejáveis proporções.
Todas as fotos desta página foram utilizadas somente para ilustrar o texto, pertencem aos seus legítimos proprietários, por direito.
Osamu Nakagawa - edição e redação
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Kitchen scene from 'Helpmates'
Laurel and Hardy Dance To The Gap Band
Publicada por
João Ramos Franco
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