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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Recordações…"O Bolero" (Grupo da Rua Viriato)

Tangos - Por una cabeza - Nostalgia – Uno



Colocar a casa da Rua Viriato, como uma tertúlia dos escritores que mencionei, seria um abuso meu. Funcionava mais como entreposto entre a noite e a madrugada, comia-se, bebia-se, falava-se de temas diversos (normalmente os que à época mais nos preocupavam) e entretanto a madrugada chegava convidando-nos a sair de casa e partir para a cidade…
Passeava-se a pé por essa noite de Lisboa, conversando, como se não tivéssemos rumo, apenas parávamos, quando nos aparecia um Café ou uma Tasca, para meter mais uns copos…
Quase sem nos apercebermos, o sem rumo que tinha-mos, levava-nos a um Cabaret/Restaurante que nunca fechava, o Bolero.
Todos extractos sociais o frequentavam.
No rés-do-chão funcionava o Cabaret, no primeiro andar o Restaurante, tinha uma porta para rua que lhe dava acesso directo, mas nós nunca a utilizávamos.
Era como que gostasse-mos de quebrar de quebrar a conversa amena e devido ao som do conjunto musical começar a falar alto para nos ouvirmos…
À entrada na sala do lado esquerdo estava o conjunto musical, chefiado por pianista invisual, que pelo som nossa voz se apercebia da nossa chegada e nos dedicava a música que recordo no início.
Era este o rumo do passeio de todas as madrugadas…
João Ramos Franco

2 comentários:

SucoDaBarbatana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
SucoDaBarbatana disse...

O Bolero... Que saudades!
Local obrigatório de passagem para toda a boémia lisboeta,que bom era o Bacalhau à Braz às quatro ou cinco da manhã.E as velhas prostitutas que foram desaparecendo nos anos 70 porque a clientela constituída por estudantes e intelectuais de esquerda não alimentava o negócio... e as conversas eternas sobre os amanhãs que (naquela altura) cantavam, tendo como fundo a música do pianista cego, a solo ou em trio, conforme os dias.

O seu nome original era o "Duína Bar", nome que se entrevia mal apagado da parede, e que retomou antes de fechar no início dos anos 80. Há que tempos não me lembrava do Bolero!Devo-me ter cruzado contigo por lá a partir de 71 mas nessa altura não te conhecia ou não te reconheci.