quinta-feira, 17 de setembro de 2009
O tempo a que chamo, Adormeci…
Preferia ter estado a dormir até Maio de 1967, data em regresso de Angola, mas realidade é outra. Se vos disser que durante todo o tempo de serviço militar estive alcoolizado, conto-vos a verdade.
Dói-me, que para voltar atrás no tempo e vos dar o retrato do meu eu actual, tenha que vos falar de certos segredos, transformados em emoções passadas, que pensava não ter de recordar…
Tudo seria muito melhor, se me vissem só como o estudante do ERO, que editou o Almanaque Caldense em 1963, onde me mostro com o conto A Praça, e o caminho percorrido na vida fosse aquele que nesse momento vos pensava dar…
- O horizonte de repente tornou-se curto…
O que estou agora a escrever, já deveria estar feito, mas em mim o libertar do peso real dos factos funcionava como travão, não que deixe de assumir responsabilidades e enfrentá-las, nada fiz em que a consciência me pese, mas a realidade é que participei no que nunca deveria ter participado.
Não vos vou contar histórias de guerra, mas poderão ver nas pequenas historias que vos vou dar, quanto um homem pode mudar por culpa da sociedade em que está inserido, nem tudo será sobre o que destruiu, também as hilariantes e belas contarei…
João Ramos Franco
Boris Vian - Le Deserteur
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