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Caldas da Rainha - Passado Presente e Futuro

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A Um Deus Desconhecido - John Steinbeck






















Um símbolo do romance é o velho e majestoso carvalho que co¬bria a casa da família com seus ramos protectores. Venera-se a árvore, pois nela reconhece a alma de seu pai. Já no vale, recebe uma carta a anunciar-lhe a morte do pai e o sentimento não é de tris¬teza, mas de boas-vindas: “a grande árvore agitou-se vivamente sob o vento”. Ergueu a cabeça e olhou para os seus velhos e enrugados ramos. Os olhos iluminaram-se-lhe em reconhecimento e desejou as boas-vindas ao ser forte e simples que era o seu pai, que paira, com a sua juventude, como uma nuvem de paz, penetrando na árvore. (...) “Estou contente por ter vindo”. Há um sentimento de filiação com a árvore que ele confessa: “O meu pai está dentro daquela árvore, o meu pai é aquela árvore!”

"Mas ao Joseph não conheço porque não conheci o pai dele. (...) Talvez uma divindade venha viver para a terra de vez em quando. O Joseph possui força sobre uma visão confusa, tem a calma das montanhas e as suas emoções são tão selvagens, ferozes e vivas como relâmpagos, e tão destituídas de racionalidade quanto eu me possa ter apercebido (...) A sua figura crescera até se tornar enorme, até ser maior que as montanhas, e a sua força parecer-se-á com o irresistível impulso de vento. (...) Não se consegue conceber o Joseph a morrer. Ele é eterno. O seu pai morreu e isso não foi bem morrer, (...) garanto-te que esse homem não é um homem, a não ser que seja todos os homens. A força, a resistência, o longo e laborioso raciocínio de todos os homens, e também toda a alegria e sofrimento. (....) “Ele é tudo isso, um repositório de um pedacinho de cada alma humana e, mais que isso, um símbolo do espírito da terra”.
A Um Deus Desconhecido. Pags. 106,107

1 comentário:

Anónimo disse...

O livro da minha vida. A minha história com o transcendente/imanente
A força da natureza e das emoções